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Nacionales Galiza :: 31/12/2014

Declaraçom de Primeira Linha

Primeira Linha
Declaración de Primeira Linha al proletariado, juventud, mujeres y conjunto del pueblo trabajador galego

Ano após ano sonhamos com transmitir umha saudaçom entusiasta pola vitória do processo revolucionário galego. Mas, por enquanto, ainda nom chegou a hora para que este povo e esta naçom quebremos as múltiplas e interligadas dominaçons que nos submetem e oprimem.

 

O ano 2014 foi novamente nefasto para as condiçons de vida da imensa maioria social, para os direitos, conquistas e liberdades da classe trabalhadora e das mulheres, mas também para a perdurabilidade da Galiza como sujeito político nacional.

Umha vez mais nom podemos realizar um balanço positivo do ano que finalizou. Todos os parámetros socioeconómicos confirmam que foi mui similar aos anteriores por mor da aprofundizaçom da crise do capitalismo espanhol e das suas nefastas conseqüências para os que vivem exclusivamente do seu suor e venda da força de trabalho, e para os que já nom podem fazê-lo por estarem excluídas devido ao desemprego.

Sem o mais mínimo temor a errar, podemos reproduzir exatamente o que manifestamos em 2014: as agressons contra a Galiza, contra a classe trabalhadora e contra as mulheres, pola burguesia espanhola, pola lumpem-burguesia galega e polo imperialismo nucleado à volta da troika, nom cessárom em momento algum.

2014 foi um ano de permanentes ataques e cortes, de retrocessos, de enganos e desprezos, de dor e tristezas para dezenas de milhares de famílias condenadas a sobreviver sem mais esperanças que um golpe da fortuna. Para os mais de 300 mil desempregadas e desempregados, paras as centenas de de galegas e galegos que perdêrom as suas casas, para a maioria que novamente vimos retroceder o poder aquisitivo dos salários e pensons, o nível de vida, as nossas conquistas pola privatizaçom progressiva da saúde e dos serviços sociais, polo aumento do custo de produtos básicos de consumo, da eletricidade, da água, do transporte e o incremento impositivo.

2014 foi um ano de enorme indignaçom e ira pola informaçom que -de forma calculada e bem filtrada-, a imprensa sistémica foi fornecendo sobre a verdadeira dimensom da corrupçom generalizada que corrói este regime, desde a Casa Real aos cargos públicos municipais de praticamente todas as forças políticas com representaçom institucional.

O incremento de 3.30€ do SMI e das pensons umha média de 0.25% é umha mostra da obscenidade deste governo ilegítimo, bunquerizado nos luxuosos gabinetes de Madrid, com o único propósito de se enriquecer e ganhar tempo para achar a melhor saída que lhes permita perpetuar-se no poder.

As promessas de Rajói, Feijó e Felipe VI nom passam de sujas falácias de umhas elites cada vez mais deslegitimadas e afastadas dos interesses da imensa maioria social, que chegou à conclusom de que a única forma de recuperar direitos, liberdades e conquistas passa pola sua imediata substituiçom e mudança de regime.

De facto, o mais positivio do ano que agora finaliza foi a aceleraçom da crise do pós-franquismo, do regime pactuado na segunda metade da década de setenta de costas ao povo.

A luita independentista catalá foi o principal fator desestabilizador sistémico, de erosom da Constituiçom de 1978 e de divisom de dous campos antagónicos que nom refletem exatamente a interpretaçom mecanicista do eixo “esquerda-direita”.

Durante estes 12 meses e de forma paulatina, o jacobinismo inerente às forças da denominada “esquerda transformadora ou rupturista espanhola” emergiu sem complexos à hora de defender a unidade indivisível do mercado capitalista espanhol que o bloco de classes dominantes denominou Espanha.

Assim aconteceu, perante a abdicaçom pactuada do caçador de elefantes a finais da primavera, e nos meses posteriores à sua substituiçom polo filho, à medida que o povo catalám avançava com firmeza face o exercício de autodeterminaçom parcialmente ensaiado na consulta de 9 de novembro.

As empresas do Ibex 35, os donos dos bancos, os latifundiários do centro e sul peninsular, as lumpemburguesias claudicantes face o poder central madrileno, conscientes da gravidade pola qual atravessam os restos do império de Filipe II, optárom por ativar o plano B.

Podemos é sem lugar a dúvida o melhor instrumento para evitar a liberdade nacional da Galiza e das naçons oprimidas, umha eficaz ferramenta para aprofundar na espanholizaçom dos movimentos sociais, das luitas populares, para reforçar o paradigma centralista negador da especificidade e natureza revolucionária da luita de classes a escala nacional.

Crise do projeto nacional galego

Um dos maiores retrocessos que nos deixou 2014 é a aprofundizaçom da crise do projeto de libertaçom nacional galego em todos os seus ámbitos. A hemorragia eleitoral do nacionalismo acompanhou a falta de franqueza e coragem para consolidar os espaços unitários e suprapartidários em defesa da soberania, para se despreender definitivamente das práticas e conceçons autonomistas.

Como nom podia ser de outro jeito, a crise da Galiza como sujeito político também afetou o MLNG, golpeando no seu coraçom e cérebro, o partido leninista de quadros que desde 1996 estamos firmemente empenhad@s em construir.

As resoluçons adotadas na 5ª Conferência Nacional de Primeira Linha som o ponto de inflexom para ratificar a plena vigência e atualidade, para melhorar e relançar o imprescindível partido comunista patriótico, combatente e revolucionário nos meses que precederám o 6º Congresso ordinário que terá lugar no dia 26 de abril deste novo ano.

Tal como vimos defendendo desde praticamente a nossa constituiçom, e estes lustros de luita e combate ratificárom, é necessário dotar a Patria e a sua classe trabalhadora de um amplo projeto sociopolítico plural e unitário dotado de um programa avançado.

O Pólo patriótico rupturista é umha necessidade para frear o proceso de espanholizaçom que situa a nossa luita de libertaçom nacional e social de género à beira da sua derrota estratégica. O Pólo patriótico rupturista é umha urgência para injetar motivaçom e ánimo a todos aqueles setores sociais que com enorme preocupaçom assistimos à perda de vigor da luita de classes em chaves nacionais. O Pólo patriótico rupturista é imprescindível para superar a absurda fragmentaçom da esquerda nacional, para organizar e acumular forças dispersas, para construir umha ferramenta de combate eficaz que recupere a iniciativa e desmascare o novo oportunismo disfarçado de alternativo.

Um Pólo que, sem renunciar nem desconsiderar a luita eleitoral, construa poder popular, espaços autogeridos de ruptura com o capitalismo, o patriarcado e Espanha.

Nós, com humildade e franqueza, mais umha vez tendemos a nossa mao e modesto património de experiência, para avançar para este objetivo.

A luita pola galeguizaçom plena da Pátria, pola defesa intransigente da nossa língua e cultura milenar atravessa umha conjuntura adversa. Pola primeira vez, o número de galegofalantes está abaixo dos 50%. Na última década, som mais de 300.000 mil o número de compatriotas que deixárom de empregar o nosso idioma, basicamente a juventude, o futuro da Naçom. Eis umha das principais tarefas d@s comunistas galeg@s, em que devemos repensar estratégias e formas de intervir, pois embora a nossa “língua esteja viva e floresça em Portugal” em palavras de Daniel Castelao, aqui foi onde nasceu o idioma de Mendinho, Rosalia, Pessoa, Jorge Amado e Carvalho Calero, e aqui é onde deve seguir mais vivo e útil que nunca.

Um ano de agressons e retrocessos

Em 2014, embora o machismo nom cessasse de assassinar mulheres e impor retrocessos nas suas conquistas e direitos, constatou-se a importáncia do movimento feminista como ferramenta defensiva, e a rua como espaço de confrontaçom. A reacionária lei do aborto  promovida polas seitas integristas nacional-católicas e a Conferência Episcopal foi retirada pola pressom popular. A involuçom de Gallardón foi momentaneamente vencida. Mas devemos seguir em permanente alerta porque antes ou depois voltarám à carga!

Queremos lembrar Maria José, Adela, Maria Isabel, Maria Luisa, Maria Helena, Maria Belém, Ena e Mónica, as oito mulheres assassinadas polo terrorismo machista na Galiza em 2014.

2014 foi novamente um ano em que a juventude galega sofreu mais brutalmente as agressons das políticas neoliberais de Madrid e Bruxelas, obedientemente aplicadas polo governinho fantoche de Sam Caetano.

Mais de 20 mil jovens -a imensa maioria bem preparadas e com formaçom-, fôrom expulsas da Pátria num êxodo sem precedentes que desangra a Naçom, impossibilitando o seu futuro pola nefasta evoluçom demográfica de um País que caminha para ser um gigantesco geriátrico, economicamente inviável, onde o etnocídio perfeitamente planificado nom garante o nosso futuro como povo.

Só no último quinquénio, a Galiza perdeu um quinto da populaçom juvenil, há 80.000 jovens menos. A taxa de desemprego alcança perto de 40%, metade da qual nom está registada nos escritórios de emprego público.

Sem juventude nom há Revoluçom, sem juventude Galiza nom terá futuro. Eis a importáncia do desenvolvimento de BRIGA como organizaçom juvenil revolucionária galega que novamente parabenizamos por estes dez anos de luita.

2014 foi um ano de permanentes agressons contra as liberdades democráticas, de endurecimento da repressom, da censura e da manipulaçom mediática, de criminalizaçom dos protesto, de mais impunidade policial, de rearmamento da burguesia. A “lei mordaça” ou “Lei de Segurança Cidadá” que pretende aprovar o governo do PP exemplifica a estratégia da burguesia de afogar a lume e fogo as luitas obreiras, nacionais e populares.

O colaboracionista governinho do narcopresidente Feijó–cada dia mais salpicado pola corrupçom generalizada que carateriza o PP-, tem manifestado a sua absoluta carência de vontade para solucionar as necessidades do povo galego. A sua camarilha age como simples conselho de administraçom da franquícia dumha empresa de demoliçom da nossa economia, da nossa cultura, da nossa juventude, do nosso território, seguindo a lógica colonial de um vendepátrias carente de escrúpulos.

Por um 2015 de reconfiguraçom e convergências, de mais organizaçom e luitas

Contrariamente ao que prestidigitadorescom “coleta” apregoam, as mudanças e transformaçons que anseia umha ampla maioria, nom serám resultado de alternáncias eleitorais que quebrem o monopartidarimso bicéfalo, nem dumha maioria aritmética parlamentar. O regime há que tombá-lo na rua, mediante a combinaçom dialética de todas as formas de luita. A insurreiçom nacional, obreira e popular é a estratégia que nos conduzirá para a libertaçom nacional, emancipaçom de classe e superaçom da dominaçom patriarcal. A Revoluçom Galega, a genuína e de verdade, nom a de inofensivas frases televisivas, emanará de um levantamento popular que dia a dia, em cada luita anónima ou pública, temos que contribuir silenciosamente para preparar.

Corresponde à classe obreira à sua direçom mediante a configuraçom de um amplo bloco histórico representativo da imensa totalidade do povo galego que mediante a luita organizada promova a convergência das reivindicaçons, unificadas num programa de governo onde as demandas táticas estejam fundidas numha estratégia para a tomada do poder.

Esta Revoluçom terá que quebrar com as imposiçons e a submissom da nossa soberania conculcada por Madrid, Bruxelas e Washington.

@s comunistas temos o dever de nom avivar irresponsavelmente ilusons e supertiçons. Nós, como parte do povo, também queremos resultados imediatos. Porém, somos conscientes que nos dias de hoje ainda nom existem as condiçons subjetivas imprescindíveis que permitam atingi-los. O nosso dever é contribuirmos para criá-las. O único caminho é a organizaçom e a luita popular. Nom há atalhos para abrir amplas alamedas. Só a persistência da luita quotidiana, do compromisso altruísta, do bem-estar do dever cumprido, da humildade revolucionária, permitira que as condiçons eclosionem e um furacám popular tombe este regime o o sistema que o ampara. Ali estaremos todas aquelas e aqueles que mais alá da retórica queremos umha Pátria nova, umha Galiza sem classes nem patriarcado, um País soberano e independente.

2015 dever ser um ano de luitas e avanços na unidade popular

Contrariamente aos objetivos que persegue, a burguesia ainda nom logrou derrotar a classe obreira nem a Naçom Galega.

Embora no ano que finaliza se tenham reduzido as manifestaçons, os protestos e as luitas, hoje existem mais razons para promover e radicalizar a conflituosidade social e laboral. É necessário convocar umha nova greve geral, de 48 horas, e dotar o conjunto das luitas parciais, esporádicas e setoriais de um fio condutor e de um programa integrador.

Nom podemos avaliar positivamente o estado das relaçons e colaboraçom entre a esquerda independentista e soberanista, pola carência de vontade da corrente maioritária do nacionalismo.

Embora em 2015 as organizaçons juvenis e estudantis da esquerda patriótica tenham novamente conseguido em 24 de julho plasmar na rua a imprescindível unidade de açom, o seqüestro da sigla da iniciativa social suprapartidária Galiza pola Soberania (GPS) é umha negativa expressom da errática posiçom em que novamente e acha a expressom maioritária do nacionalismo galego.

O novo ano que se inicia vai ser mui duro e a única maneira de frear a ofensiva neoliberal, espanholista e machista, é redobrando a luita e a mobilizaçom obreira, nacional, popular e feminista.

No ano do 40 aniversário do assassinato de Moncho Reboiras -referente e inspiraçom do nosso partido-, queremos honrar a sua memória e as suas contribuiçons teóricos-práticas para a Revoluçom Galega.

Coma Pátria que luita

Nom queremos despedireste2014sem transmitir umha calorosa saudaçom comunista e patriótica à Galizarebeldeecombativa, a toda a juventude, à smulheres, ao proletariado, ao conjunto da classe obreira que luitou nos seus respetivos centros de trabalho e ensino, nas ruas da Pátria, contra as agressons em curso.

Queremos também reclamar a liberdade dos presos e presas políticas galegas para as quais solicitamos o seu regresso à Galiza.

A todas elas,e a familiares e amizades, enviamos umha saudaçom comunista, patriótica e feminista.

Saudaçom que fazemos extensível ao conjunto do movimento popular galego e a todos aqueles coletivos e organizaçons que luitam sem trégua.

E aos povos do mundo que luitam contra o imperialismo, especialmente ao povo da Palestina, da Colômbia, da Síria, do Iraque, do Saara, da Nova Rússia, da Catalunha e do país Basco, às organizaçons revolucionárias e partidos comunistas com os quais nos unem intensos e fraternos laços de amizade e solidariedade internacionalista.

Antes mort@s que escrav@s!

Até vitória sempre!

Viva Galiza livre, socialista feminista!

Viva Revoluçom Galega!

Comité Central de Primeira Linha

Galiza, 30 de dezembro de 2014

 

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