Defender a língua, reclamar o que é nosso, construir a Naçom!
Para este dia 8 de fevereiro, foi convocada umha manifestaçom nacional por parte de Queremos Galego, a plataforma lingüística vinculada ao BNG.
A esquerda independentista, vetada no passado, igual que outras entidades reintegracionistas de base, para integrar essa plataforma, nom deixou nos últimos anos de apoiar todas as mobilizaçons e iniciativas convocadas por quem quer que fosse em defesa do idioma.
Neste dia 8 de fevereiro nom será diferente. NÓS-Unidade Popular apoia no dia a dia as iniciativas normalizadoras plasmadas na atividade dos centros sociais, das escolas em galego, do ativismo educativo, musical, sindical, cultural… que se expressa em galego e defende a língua.
É com essa convicçom que, indo além de qualquer tentaçom sectária, reafirmamos a nossa participaçom na marcha de Queremos Galego, apoiando a iniciativa reintegracionista do Bloco Laranja.
É necessário, contodo, afirmar os perfis do nosso programa lingüístico, porque a confluência numha manifestaçom comum nom implica acordo com a linha que a corrente maioritária do nosso nacionalismo tem imprimido à política lingüística nas últimas décadas. Para isso, compartilhamos com o nosso povo as seguintes consideraçons:
1. Devemos começar por lembrar que a data escolhida responde ao aniversário de umha verdadeira “batalha” popular pola dignidade lingüística, decorrida no dia 8 de fevereiro de 2009. Umha batalha protagonizada por coletivos culturais de base, centros sociais e pola própria esquerda independentista, NÓS-UP incluída. Nom assim pola Mesa, BNG e Queremos Galego, autoexcluídas daquela jornada de luita contra o espanholismo rampante de Galicia Bilíngüe e do PP, e que parecem assumir agora a carga simbólica daquela iniciativa. Congratulamo-nos por isso.
2. Para além da denúncia permanente do significado da Lei de Normalizaçom Lingüística, como armaçom legal para a assimilaçom lingüística, NÓS-Unidade Popular manifestou já no seu momento a sua firme oposiçom ao chamado Plano Geral de Normalizaçom da Língua Galega, aprovado em 2004 por unanimidade dos três grupos presentes no Parlamento autónomo (PP, PSOE e BNG).
3. Umha década depois, o total desprezo e mesmo agressividade com que o PP tem aplicado a sua perseguiçom e desmantelamento planificado do galego como ferramenta de uso social e símbolo máximo da galeguidade confirma a inutilidade dos falsos consensos parlamentares.
4. Porém, devemos sublinhar que os objetivos bilingüistas marcados nesse Plano Geral som totalmente insuficientes para as necessidades que o nosso povo enfrenta na hora de recuperar o galego da total marginalidade e inaniçom a que tem sido conduzido.
5. A esquerda independentista leva anos a afirmar a necessidade de fomentar umha verdadeira consciência lingüística que situe como objetivo a oficilidade preferente do galego, como primeira língua da Galiza, dando assim a volta à atual situaçom de primacia do espanhol.
6. Sabemos que a situaçom é complicada, com o galego reduzido nom só a língua minorizada, mas também cada vez mais minoritária. Confirma-se nom só o êxito da estratégia do espanholismo, mas também a incapacidade do movimento normalizador para fazer da Galiza um país orgulhoso e ativo na afirmaçom do seu idioma nacional.
7. As vantagens objetivas com que historicamente temos contado, como a extensom uniforme e maioritária do idioma ao longo do País, ou a nossa pertença a umha das maiores comunidades lingüísticas do mundo, tenhem sido sistematicamente desaproveitadas nom só polo espanholismo, o que era esperável, mas também polo nacionalismo galego, o que é mais que preocupante.
8. Como independentistas, consideramos importante construir consciência nacional ao serviço da recuperaçom da língua, sendo a conquista do Estado galego umha ferramenta de primeira magnitude para esse objetivo. Sem subordinarmos a defesa da língua a nengum projeto político concreto, sim afirmamos que a nossa independência nacional ajudará a conquistar o direito pleno à língua.
9. A esquerda independentista reafirma a sua total disponibilidade para umha profunda reorientaçom do trabalho normalizador, que situe o objetivo da hegemonia social para o galego e nos incorpore ao ámbito internacional de fala galego-luso-brasileira.
10. As nossas maos e as nossas vontades estám abertas à colaboraçom com todas as expressons do movimento popular dispostas para avançar nesse caminho. A unidade pola língua é possível. Tornemo-la realidade!
Avante, por umha Galiza em galego!
Galiza, 8 de fevereiro de 2015