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Nacionales Galiza :: 03/09/2015

Posiçom de Agora Galiza no debate da candidatura galega

Agora Galiza
Manifesto ao povo trabalhador galego, ao povo empobrecido e às forças políticas da Galiza

Ao longo do verao o debate sobre o formato dumha possível candidatura galega às eleiçons legislativas de final de ano, tem monopolizado boa parte da atividade política das forças patrióticas galegas e dos partidos da esquerda espanhola atuantes na Galiza.

Após o êxito de participaçom popular atingido no Dia da Pátria, em que por primeira vez o conjunto das forças nacionalistas e independentistas caminhámos conjuntamente com a adesom mais formal que real de IU, semelha lamentavelmente impor-se um modelo de convocatória que rebaixa o conteúdo e a reivindicaçom em favor dumha suposta “amplitude” de participantes.

Mas a manifestaçom do 25 de Julho convocada por um grupo de pessoas sem mais legitimidade que a sua maior ou menor projeçom pública, careceu da mínima exigível reivindicaçom soberanista e ruturista. Manifestámo-nos sem reinvindicaçom e objetivo definido, sem caraterizar e precisar o que pretendemos como povo e como naçom. Agora pretende-se repetir algo similar com as eleiçons às Cortes espanholas.

Agora Galiza participou no Banquete de Conxo 2.0 do que nasceu Iniciativa pola Uniom, e continuamos no seu seio como força observadora, aguardando a síntese das posiçons antagónicas presentes e os resultados dos possíveis acordos com a plataforma vinculada às Marés? e portanto respaldadas por Anova, IU e Podemos.

Defendemos com veemência a necessidade de um processo de reagrupamento das forças políticas e sociais galegas, mas nom por oportunismo tático eleitoral e sim por necessidade estratégica. Aqui radicam as razons para mantermos a dia de hoje profundas divergências com a orientaçom imediatista e minimalista que se despreende das iniciativas que pretendem copar o campo eleitoral à margem dos principais partidos sistémicos.

Nom existe contradiçom algumha entre reivindicaçom nacional e social. Num País oprimido qualquer força progressista tem que fazer parte do movimento de libertaçom nacional. Na Galiza nom se pode ser coerentemente de esquerda e estar situado no mesmo campo que os partidos e poderes que demagogicamente se afirma combater.

Perante o desenvolvimento em curso consideramos necessário precisar e transmitir ao nosso povo:

1- A única forma de derrotar as políticas ultraliberais e reacionárias, a receita da austeridade e permanentes cortes que padece o povo trabalhador e o povo empobrecido, é mediante a organizaçom e mobilizaçom popular.

2- A rua foi sempre, é-o e será, o espaço onde se pode derrotar a ditadura da burguesia, no nosso caso sob fachada democrática-, indisoluvelmente ligada a quebrar a opressom nacional que padece a Galiza.

3- É umha irresponsabilidade que as forças maioritárias da esquerda patriótica sigam alimentando o fetichismo eleitoral, neste caso abrindo as portas a flexibilizar o princípio de auto-organizaçom nacional e a indiscutível reivindicaçom da soberania da Galiza. Qualquer cessom neste ámbito é um engano que só benefícia o unitarismo espanhol e portanto os interesses das empresas do Ibex 35 e da UE de Merkel.

4- A soluçom estrutural ao atraso e dependência da Galiza, origem e causa agravante dos problemas diários que padecemos a maioria social que conformamos este País, está intrinsicamente vinculada à conquista de um Estado Galego soberano.

Sem recuperarmos a nossa independência nacional nom é possível que o povo galego de forma soberana e democrática podamos quebrar o ciclo de agressons às conquistas sociais em matéria laboral, educativa, de sáude, às liberdades e direitos individuais e coletivos, que podamos evitar a destruiçom planificada do nosso idioma e cultura.

Sem recuperarmos a nossa independência nacional nom é possível que o povo galego de forma soberana e democrática podamos desenhar um modelo económico endógeno e autocentrado, que defenda e recupere os nossos setores produtivos estratégicos, ecologicamente sustentável, decidir que podemos produzir em base aos nossos recursos e potencialidades.

Sem recuperarmos a nossa independência nacional nom é possível que o povo galego de forma soberana e democrática podamos nom só defender a nossa língua e cultura, mas promovê-la de forma decissiva com vistas a recuperar a hegemonia social que lhe corresponde para evitar a sua desapariçom no conjunto do nosso território nacional.

Sem recuperarmos a nossa independência nacional nom é possível que o povo galego de forma soberana e democrática podamos construir umha sociedade plenamente igualitária entre mulheres e homens, podamos erradicar o terrorismo machista e os efeitos mais brutais do patriarcado sobre mais de metade da populaçom do nosso País.

Sem recuperarmos a nossa independência nacional nom é possível que o povo galego de forma soberana e democrática podamos evitar esta planificada crise demográfica que nos condena a desaparecer, frear a emigraçom maciça da juventude e facilitar a sua volta à Pátria.

Sem recuperarmos a nossa independência nacional nom é possível que o povo galego de forma soberana e democrática podamos estabelecer relaçons de fraternidade e solidariedade com o resto dos povos do mundo, fazer frente às políticas imperialistas da UE e dos EEUU que sementam guerras, arrasam culturas e provocam êxodos de populaçons como os que nestes dias Ocidente pretende impedir com arame farpado.

5- A soberania e a independência nacional é o nó gordiano de qualquer projeto político verdadeiramente ruturista. Nom se pode depositar o futuro da Galiza a um processo constituinte alheio ao nosso específico e diferencial quadro nacional de luita, confiando na “boa vontade” das forças espanholas, por muito que a dia de hoje se vistam de “esquerda ruturista” e proclives a umha “descentralizaçom federal”, porque a nossa experiência histórica mais recente (Estatuto de 1936, Estatuto de 1981) constata que compartilham similar paradigma que os partidos do regime e nom cumprem com as promessas.

Nem Podemos nem IU vam facilitar o exercício de autodeterminaçom do povo galego pois só pretendem remendar a mesma Espanha que os une ao PP e ao PSOE. A rutura com o regime nom procederá das filas da mal chamada “esquerda ruturista”, que só aspira a alternáncia sem mudar o paradigma espanhol. O elo fraco do sistema som as luitas independentistas das naçons oprimidas. Concretamente a dia de hoje a Catalunha.

6- Só se pode avançar na necessária e urgente unidade do povo trabalhador galego mediante umha aliança articulada à volta dum programa claramente antineoliberal e feminista, promovida polas forças organizadas no ámbito político, sindical e social em complementaçom com as pessoas dispostas a involucrar-se ativamente nesta tarefa.

Nom podemos legitimar que um reduzido grupo de figuras do mundo da cultura e do espectáculo, sem trajetória nem vagagem de luita, substitua o rol do povo auto-organizado.

Galiza como todas as sociedades do mundo está conformada por pessoas, mas as gentes que configuramos este País nom somos um todo homogéneo e amórfico. Somos umha sociedade de classes, com contradiçons antagónicas entre a maioria social que conformamos o povo trabalhador, empobrecido e excluído e a minoria que se beneficia da nossa exploraçom e opressom. Somos um País, onde fruto das políticas neoliberais que caraterizam esta fase de crise estrutural capitalista, se tenhem agudizado as diferenças sociais.

Assim como a libertaçom nacional da Galiza só pode ser dirigida polo povo galego, assim como a emancipaçom das mulheres depende basicamente das mulheres, atingir umha sociedade baseada na justiça social, na distribuiçom equitativa das riquezas e nas liberdades corresponde ao povo trabalhador e ao povo empobrecido e excluído.

7- Agora Galiza, organizaçom socialista e feminista galega de libertaçom nacional, somos umha força com os pés na terra. Nom procuramos remendos nem encaixes, nem termos peso ou capacidade de influir na metrópole madrilena, nom queremos conciliaçons com os inimigos da Galiza e do seu povo.

Como força política revolucionária agimos com a verdade sempre por diante. Nom contemplamos enganar o nosso povo. Eis polo que nom podemos secundar os diagnósticos, nem muito menos os prognósticos triunfalistas que se lançam das fileiras dos cavalos de Troia que procedendo do nacionalismo e do independentismo galego, facilitárom a penetraçom do espanholismo no movimento popular.

O regime emanado da maquilhagem franquista sofre um evidente desgaste e sabe que necessita reformas para a sua estabilidade e perpetuaçom. Porém, nom se acha em descomposiçom nem estamos assistindo a rebeliom cívica algumha. Precisamente em parte isto nom se produz pola ausência de forças ruturistas espanholas e porque o ilusionismo eleitoral desmobilizou o ciclo ascendente de luita de massas. As eleiçons legislativas de dezembro nom representam “ocasiom histórica”.

PSOE e PP som as duas caras do bipartidarismo. Podemos e Ciudadanos as peças auxiliares para perpetuar o chauvinismo espanhol e impossibilitar o exercício do direito universal de autodeterminaçom nacional.

8- Onde realmente o regime se joga o seu futuro é nas plebiscitárias da Catalunha de 27 de setembro. E precisamente no verdadeiro elo fraco que ameaça o regime do 78 as mal denominadas “forças ruturistas”, articuladas numha terceira via e portanto contrárias à independência da Catalunha, som o motor auxiliar do unitarismo espanhol, colaborando assim com os interesses da oligarquia e do grande capital.

9- A rutura emergerá do sucesso e capacidade de hegemonia social dos processos emancipatórios das naçons oprimidas por Espanha, dirigidas polas esquerdas independentistas e socialistas.

Eis polo que é tarefa prioritária reforçar organicamente a esquerda independentista com vocaçom de seduzir e contagiar o nosso povo na fê de vencermos com os nossos próprios meios, sem hipotecas a forças foráneas.

10- Tal como manifestamos no início deste manifesto Agora Galiza considera que os processos eleitorais som um frente de luita mais, nom o prioritário, mas sim relevante.

Porém, qualquer participaçom da esquerda independentista numha candidatura nacional galega está condicionada polas seguintes condiçons:

Plataforma eleitoral sob formato de coaligaçom ou frente de forças políticas, partido instrumental ou qualquer outro modelo, articulado à volta das organizaçons sociais, sindicais e políticas galegas mediante um processo combinado de caráter assemblear com a participaçom e integraçom de pessoas sem militáncia.Dotado de um programa genuinamente soberanista, antineoliberal e feminista.A representaçom parlamentar atingida terá plena personalidade jurídica e portanto soberania absoluta de qualquer grupo.Os seus objetivos som defender os interesses da Galiza e do nosso povo, combater o regime da segunda restauraçom monárquica, assumindo um rol antagónico a qualquer reforma constitucional ou facilitar alternáncia entre os partidos do regime.

11– Perante esta situaçom, apelamos ao BNG a nom ceder na defesa intransigente do princípio de auto-organizaçom, a Anova e às Marés a despreender-se das alianças com o espanholismo, à totalidade do independentismo galego organizado a abandonar a apatia política eleitoral, e ao conjunto das forças patrióticas galegas a tecermos um amplo acordo com um programa avançado que permita que a Galiza como sujeito político próprio conte com umha poderosa voz rebelde nas instituiçons que nom nos representam.

Direçom Nacional de Agora Galiza

Na Pátria, 1 de setembro de 2015

 

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