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Nacionales Galiza :: 28/02/2016

Falsos debates do nacionalismo galego

Carlos Morais
El BNG sigue obsesionado con la carencia de la más mínima autonomía de l@s diputad@s de Marea. Son un mero apendice obediente y sin perfil propio

Nem @s comunistas nem a esquerda independentista galega de caráter socialista pode deixar-se arrastar polo falso debate, nem tomar partido por nengumha das partes no confronto político encistado entre as duas grandes expressons do nacionalismo galego. Desde a cissom na assembleia do BNG de Ámio [janeiro de 2012] que deu lugar à fundaçom de Anova, ambas forças mantenhem um pulso permanente pola hegemonia do campo nacionalista.

Contrariamente ao que o relato do BNG alimenta, as divergências com o partido de Beiras nom som insalváveis, nem de princípios. Nom se alicerçam em diferenças políticas e estratégicas profundas. Mais bem som de caráter superficial.

A política de alianças do beirismo com a esquerda espanhola é apresentada polo BNG como umha claudicaçom do princípio de auto-organizaçom, que seria um dos sinais medulares do nacionalismo galego.

Mas o atual êxito eleitoral das Mareas nom é umha experiência novidosa na história do nacionalismo galego. Nas décadas de vinte e trinta do século XX umha parte do galeguismo pactuou eleitoralmente com as forças republicanas espanholas nos diversos processos eleitorais [ORGA, Federaçom Republicana Galega], e em 1936 o Partido Galeguista que constantemente reclama o BNG como o seu referente fijo parte da Frente Popular, aliança eleitoral republicana conformada polo PSOE, PCE, Partido Sindicalista, POUM e um conjunto de partidos burgueses republicanos.

Diferenças banais e vergonhas ocultas polo labirinto

Nom vou aqui legitimar umha estratégia política caraterizada polo oportunismo que só procura ocupar o maior espaço de gestom na lógica da ditadura do capital, mas tampouco considero que manter umha aliança eleitoral com as forças do reformismo espanhol seja umha claudicaçom superior a manter acordos de governo no ámbito municipal e provincial com o PSOE, tal como o BNG mantivo desde 1993 nas principais cidades galegas, renovado agora nas Deputaçons Provinciais da Corunha, Lugo e Ponte Vedra.

Os guardians das “essencias do templo nacional-popular” empregam duas varas bem diferentes à hora de medir a coerência política das forças de ámbito galego. Condenam com grossos adjetivos que Anova tenha entregue à socialdemocrata IU um grande poder institucional por meio de AGE, e mais recentemente na Marea, mas guardam silêncio na colaboraçom do governo municipal de Ponte Vedra com o exército espanhol.

Ou é mais grave ser apêndice parlamentar de Podemos nas Cortes espanholas que facilitar que a BRILAT comemore 50 anos de militarismo imperialista nas ruas de Ponte Vedra com apoio do buque insígnia da gestom municipal que o BNG apresenta como modélica?

Dana mais o desenvolvimento da consciência nacional e de classes compartilhar bancada com os de Pablo Iglesias que participar com absoluta normalidade, entre tricórnios, crucifixos e bandeiras espanholas, nos atos de exaltaçom da Hispanidade por parte de Evencio Ferrero em Carvalho?

É mais grave para reforçar o chauvinismo facilitar a recomposiçom da socialdemocracia populista hispana ou participar alegremente entre o som da marselhesa e bandeiras tricolores na defesa dos “valores republicanos franceses” seguindo o guiom imposto polo imperialismo após os opacos atentados de Paris de novembro?

Nom só nos achamos perante um debate artificial, as posiçons estám completamente banalizadas e pragadas de enorme demagogia. Nom há divergências antagónicas entre o que defende Paco Rodríguez e Xosé Manuel Beiras. Som culturas políticas diferentes, estilos distintos, leituras da realidade nom coincidentes e basicamente umha pugna pola direçom política do nacionalismo o que tem provocado o choque de comboios. Umha competência pola hegemonia condicionada polos êxitos e fracassos nas urnas, sempre enquadrada na lógica do taticismo eleitoralista que carateriza a falsa acumulaçom de forças de um nacionalismo galego que por muito que afirme de forma esporádica ter realizado umha viragem face posiçons soberanistas, no seu cerne segue sendo patologicamente anti-independentista no caso do primeiro e simples decoraçom trivial no segundo.

Grupo parlamentar galego

Durante meses ambos pólos estivérom enredados na fórmula de concorrer às eleiçons de 20 de dezembro passado.
Atingir “grupo parlamentar galego” converteu-se no objetivo, e nom no instrumento para agir de alta-voz das reivindicaçons galegas e deslegitimaçom do corruto e antidemocrático regime postfranquista que oprime a naçom galega e explora o povo trabalhador.

Ainda hoje o BNG segue obsessionado com a carência da mais mínima autonomia d@s deputad@s da Marea. Sem lugar a dúvidas som um mero apêndice obediente e sem perfil próprio da bancada podemita, mas isto é bastante intrascendente pois o BNG converte num fetiche contar com representaçom galega nas Cortes espanholas. Como se o balanço da sua presença durante duas décadas seja para lançar foguetes.
Realmente serve para bem pouco sentar militantes no Congresso espanhol, salvo para obter financiamento e lograr uns minutinhos ao mês nos telejornais sobre questons menores na maioria dos casos.

O fundamental é organizar povo, gerar conflito social, movimentar setores populares e incrementar o nível de consciência de classe e nacional mediante firmeza ideológica, evitando reproduzir a linguagem, as categorias e o relato do inimigo.

Hoje o ámbito prioritário da luita som as ruas e nom investir grandes energias e os melhores quadros no parlamentarismo burguês. O imenso poder que exercem os meios de [des]informaçom e de propaganda capitalista nom se combatem alimentando o circo eleitoral e a institucionalidade burguesa.

Nada devemos esperar

As duas linhas a debate na XV Assembleia Nacional constatam unicamente diferenças de matiz respeito a que fazer para frear a hemorragia eleitoral que desangra o BNG desde 2001. Tanto a tese oficial como as alternativas sob a fórmula de “votos particulares” procuram idêntico objetivo: recuperar o espaço eleitoral perdido, evitando ser fagocitados pola Marea. Pretendem aplicar o melhor torniquete que logre o cessamento do longo ciclo de declive da força institucional atingida e divórcio com os setores mais dinámicos da sociedade, a dia de hoje abduzidos pola ilusionismo eleitoral de poder aplicar mudanças susbtanciais no regime postfranquista a golpe de inserir papeletas na urnas.

Umha leitura pormenorizada dos documentos nom acha em lado algum posiçons antagónicas, tam só divergências salváveis respeito à política de alianças e ao modelo organizativo do BNG.

Salvo inconcretas boas declaraçons de intençons, contraditórias e timoratas reclamaçons soberanistas e a tradicional indefiniçom respeito ao modelo social com as tópicas críticas socialdemocartas ao neoliberalismo, nom existe a mais mínima vontade de mudar umha estratégia política caraterizada pola combiaçom de um discurso minimamente avançado e grandiloquente e umha prática pragmática e possibilista, carregada de contradiçons in términis que impossibilitam que o BNG compita com as Mareas ou ocupe o espaço da esquerda ruturista. Nem carne nem peixe!

A competiçom pola hegemonia do campo do reformismo autótone nom deve enlamar a recomposiçom do espaço da esquerda revolucionária galega. A dia de hoje nom existem possibilidades reais de avançar na construçom de um Pólo Patriótico ruturista entre as forças situadas no campo do soberanismo e a esquerda, porque as prioridades do BNG e de Anova som ocupar espaço institucional para incrementar as competências autonómicas que Espanha tem congeladas e que a Galiza tenha peso próprio numha reforma constitucional que atualize o pacto da transiçom.

As tarefas imediatas do comunismo galego som avançar na recomposiçom do movimento de libertaçom nacional para contribuir para a abertura de um ciclo de luitas que permita passar à ofensiva para construir umha nova sociedade num País soberano.

 

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