lahaine.org
Nacionales Galiza :: 13/12/2012

[Gal/Cast] Progressia celestial por cima do bem e do mal

Carlos Morais
Progresia celestial por encima del bien y del mal

Galego

Há uns dias, Luís Tosar afirmava que “faltam heróis para conduzir a energia que está na rua”. O ator de cinema era entrevistado num jornal digital polo papel protagonista no filme Operaçom E.

Nom só vim o filme recentemente estreado, também investim o tempo necessário para conhecer as suas opinions sobre o conflito colombiano, seguindo e consultando boa parte das dúzias de entrevistas na rádio, televisom e jornais em que o ator galego pontifica sobre umha realidade que semelha conscientemente nom querer conhecer.

A simpatia que sentia por ele e por algumhas das personagens que tem interpretado esvaeceu-se repetinamente polo lamentável papel que está a cumprir na hora de analisar com irresponsável ligeireza, e difundir com absoluta banalidade, erróneas e falsas conceçons sobre a brutal guerra de extermínio e de submetimento que a oligarquia colombiana declarou contra o seu povo há agora meio século.

Aparentemente, o guiom do filme narra umha história verídica. Gira à volta das peripécias de um camponês colombiano, José Crisanto, a quem a insurgência entregou Emmanuel, o filho de Clara Rojas, umha política capturada polas FARC em 2002 e que fruto de umha relaçom com um combatente revolucionário ficou grávida num acampamento guerrilheiro. Perante os graves problemas de saúde que arrastava a criança, foi entregue a Crisanto para os seus cuidados. Posteriormente, o neno acabou numha instituiçom estatal em Bogotá, impossibilitando assim que a guerrilha, tal como publicamente se comprometera, pudesse entregá-lo junto com a sua mae e outra representante política, também prisioneira de guerra. Crisanto incumpriu o acordo com as FARC, mas também foi acusado de colaboraçom com a guerrilha por parte do Estado, padecendo prisom.

Umha realidade concreta omitida deliberadamente

A Colômbia tem mais de 5 milhons e meio de pessoas deslocadas polas políticas de roubo e saqueio de terras promovidas pola oligarquia, empregando o mastodôntico exército regular e os paramilitares controlados polo Pentágono e Israel, ocupando assim o triste primeiro lugar depois do Sudám, Iraque, Afeganistám, Somália e República Democrática do Congo.

Som mais de 10 milhons o número de hectares arrebatados a camponeses e povos indígenas por umha política estatal prefeitamente planificada.

A Colômbia tem mais de 250 mil desaparecid@s, 175 mil pessoas executadas, cerca de 9 mil prisioneiras e prisioneiros políticos. Tem o recorde mundial de matar representantes operários, é quase 3.000 o número de sindicalistas assassinados nas últimas duas décadas. 70% da populaçom vive na miséria, sendo o primeiro país em desigualdade da América Latina.

A Colômbia é umha imensa fossa comum de longos milhares de corpos mutilados, onde estám ocultos parte dos crimes cometidos pola casta oligárquica que governa um país submetido aos interesses do imperialismo ianque e de multinacionais espanholas como Repsol, Cepsa, Endesa, Union Fenosa, Telefónica ou Banco Santander. Em La Macarena, no Meta, à beira de um complexo militar, a 200 quilómetros de Bogotá, fica umha das maiores do planeta.

O governo Uribe e o atual governo Santos convertêrom esta imensa naçom numha gigantesca base militar norte-americana, a partir da qual os falcons de Washington tentam desesperadamente recuperar o terreno perdido polo avanço da onda bolivariana. Cumpre nom esquecer as declaraçons de Dick Cheney, vice-presidente de Bush JR: “Para controlar a Venezuela, é necessário dominar militarmente a Colômbia“.

Frente a esta situaçom, a meados da década dos sessenta do passado século, um punhado de camponeses dirigidos por Manuel Marulanda Vélez, com apoio do Partido Comunista, iniciárom a resistência popular, posteriormente cristalizada numha poderosa e invencível organizaçom marxista-leninista em armas denominada Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército do Povo. Pois, tal como afirmou o comandante Alfonso Cano numhas declaraçons em prol de umha saída negociada o conflito, meses antes do seu assassinato pola maquinaria militar pro-imperialista na operaçom “Odisseo” “as FARC nascemos resistindo a violência oligárquica que utiliza sistematicamente o crime político para liquidar a oposiçom democrática e revolucionária; também como resposta camponesa e popular à agressom latifundiária e terratenente que inundou de sangue os campos colombianos usurpando terra de camponeses e colonos”.

A Colômbia é um regime autoritário e terrorista que até o momento impossibilitou que a oposiçom popular pudesse defender pacificamente o seu projeto político. Cada vez que tentou esta via, foi literalmente massacrada. A experiência da Uniom Patriótica, na segunda metade dos oitenta, ainda está mui viva. Dous candidatos presidenciais, 8 congressistas, 13 deputados, 70 vereadores, 11 presidentes da cámara e milhares de militantes fôrom assassinados entre 1985 e inícios dos noventa, por defenderem a justiça social e a soberania nacional. Razom que explica as dificuldades de compreensom de Luis Tosar para nom entender que “nom seja fácil que a gente fale”.

Atualmente, esta burguesia vendepátrias assinou um Tratado de Livre Comércio (TLC) com os Estados Unidos e pretende converter o país numha imensa exploraçom mineira e agroindustrial, seguindo o modelo de economia de enclave.

Existem centenas de livros, páginas web, documentários, reportagens jornalísticas, nos quais se pode contrastar todo isto. Porém, um colossal muro de silêncio e manipulaçom pretende lavar a cara de um Estado criminoso e narcotraficante, apresentando-o como umha modélica democracia parlamentar. Para citar um só exemplo que Luís Tosar deveria conhecer, há uns meses os Estados Unidos solicitárom por narcotraficante a extradiçom do ex-chefe de segurança de Álvaro Uribe, o general Maurício Santoyo.

A oligarquia provocou e alimenta esta guerra contra as imensas maiorias populares, que hoje a insurgência pretende superar mediante o processo de negociaçom política que está a desenvolver-se em Havana. O futuro determinará se a vitória de sentar a oligarquia a dialogar nom é mais que um novo engano da burguesia para ganhar tempo e lograr o que em 50 anos nom atingírom: dobrar os firmes princípios revolucionários, comunistas e bolivarianos das FARC-EP. Na atualidade, tal como transmitiu no mês de outubro em Oslo o comandante Iván Marquez “apoiados em simples exercícios de matemática, podemos afirmar que a guerra é insustentável para o Estado”.

A infámia de meter a todo o mundo no mesmo saco

Frente a esta inegável realidade, Luís Tosar adota umha posse de neutralidade e imparcialidade, situando-se por cima do bem e do mal. Nom quer admitir, e menos reconhecer, que os povos tenhem direito à autodefesa quando som atacados. A rebeliom armada contra a opressom é um dever quanto nom existem possibilidades reais de se defender frente à exploraçom e à dominaçom.

Este filme era umha magnífica oportunidade para divulgar a verdade sobre um dos conflitos políticos, sociais e armados mais submetidos à burda manipulaçom dos meios de comunicaçom burgueses, mas novamente optou-se por dar umha visom morna e maquilhada da tese oficial imposta polos que se consideram os donos do mundo.

O filme, dirigido polo realizador hispano-francês Miguel Courtois, e financiado por TVE e Canal + França, situa na mesma altura as duas partes em conflito: povo colombiano versus oligarquia, e as suas estruturas de defesa, intervençom e combate: guerrilhas/organizaçons populares/movimentos sociais versus exército regular/polícia/paramilitares e sicários.

Nom nos pode estranhar esta atitude em quem dirigiu “El lobo” (2004) ou “GAL” (2006), desfigurando conflitos políticos em base às leituras impostas pola ideologia dominante e as necessidades comerciais.

Como tampouco nos surpreende que alguém como Luís Tosar, epidermicamente solidário com aquelas causas progressistas socialmente mais assimiláveis, umha das caras mais visíveis da desaparecida Burla Negra, ex-militante e candidato do BNG às eleiçons municipais e europeias, colabore ativamente em ocultar a natureza política da guerra de guerrilhas que amplos setores do povo colombiano promovem e apoiam.

Nom “todos som maus”, nem “é difícil saber quem é mais mau de todos”, nem as FARC som umha “narcoguerrilha”, tal como manifestou num programa de La Sexta. Nada disso!

É muito fácil, a partir de um hotel de cinco estrelas, do glamour dos platós de televisom e festivais de cinema, sentenciar com frivolidade veladas condenas das justas luitas pola libertaçom dos povos, e para nom perder esse halo de progressia meter no mesmo saco oprimidos e opressores.

Afirmar que, na Colômbia, povo em armas e exército genocida som similares, é o mesmo que considerar que a legitimidade do emprego da violência da guerrilha vietnamita era igual de condenável que os bombardeamentos com napalm do exército de ocupaçom ianque.

O conflito colombiano “nom é absurdo”, é a única alternativa que os setores mais avançados do povo trabalhador colombiano podem adotar frente à guerra de extermínio de umha burguesia apátrida e criminosa.

Há que molhar-se, nom valem as meias tintas. Gastar três milhons de euros num filme que satisfai parcialmente a oligarquia colombiana é umha lamentável contribuiçom para essas causas justas que esporadicamente Luís Tosar gosta de apoiar.

Entendemos que optar claramente pola causa dos humildes e oprimidos da Colômbia nom contribui para somar méritos para ganhar outro Goya. Antes, é garantia de ficar completamente eliminado de qualquer possibilidade futura de atingir um óscar. Outra cousa é estar contra os despejos, incremento do IVA ou condenar as bravuconadas extremistas do ministro Wert.

Nada esperávamos nem esperamos do mundo da farándula. Numha das entrevistas aludidas, após a reproduçom de imagens da repressom da polícia espanhola, o ator luguês sai novamente pola tangente afirmando literalmente que “é mui triste que a polícia nom saiba quem é o inimigo. Um sai à rua para protestar e por cima os companheiros (Sic) polícias vam contra ti em lugar de ir contra o inimigo real. Nom sei se é que estám completamente errados ou é que, realmente, nom tenhem outra forma de fazer as cousas”. Nom há pior cego que aquele que nom quer ver.

A Revoluçom é umha necessidade, nom umha atitude romántica

Luís Tosar afirma numha entrevista ser um romántico e que há umha “visom mui romántica dos movimentos revolucionários”. Novamente volta a confundir alhos com bugalhos. As revoluçons som processos sociais transformadores resultado objetivo de opressons, da tomada de consciência de amplas maiorias sociais, nom estéticos produtos artificiais e “idealistas” de inteletuais e artistas progressistas. A intensa guerra de classes continua na Colômbia porque nom existe outra possibilidade para o seu povo.

Porque, contrariamente às opinions de Luís Tosar, quando afirma que “Eu nom confio muito na inteligência coletiva. Nunca confiei. Creio que assim nom funcionamos bem”, som as massas as que constroem a sua própria história.

Na Colômbia nom faltam heróis para conduzir a energia que está na rua. Existem, som de carne e osso, tenhem nome e rosto, sofrem, riem, combatem, amam. A imensa maioria som centenas de milhares de anónimos ativistas, camponeses, trabalhadores, estudantes, mulheres, indígenas que luitam desde as trincheiras dos movimentos sociais, nas minas, nos campos, nas fábricas, nas universidades, nos povos e nas cidades.

Outros chamárom-se Jacobo Arenas, Efraín Guzman, Mariana Paez, Raúl Reyes, Iván Ríos, Manuel Marulanda, Jorje Briceño “Mono Jojoy”, Alfonso Cano. Fam parte da Colômbia mais brava e rebelde. Da mesma que se opujo ao colonialismo espanhol durante mais de trescentos anos, e posteriormente ao Estado oligárquico crioulo.

Outros som conhecidos por Jesus Santrich, Rodrigo Granda, Simón Trinidad, Tanja Nijmeijer “Alexandra”, Maurício Jaramillo, Fabián Ramírez, Pablo Catatumbo, Joaquín Gómez, Iván Marquez, Timoleón Jiménez “Timochenko”. Com o seu valor e talento, a Colômbia triunfará. Graças a eles, mantém-se viva a esperança de milhons de colombianas e colombianos que desejam umha paz com justiça social e soberania nacional.

Como nós nom somos dos que estamos por cima do bem e do mal. Porque sim somos dos que preferimos apanhar umha constipaçom a nom molhar-nos, sem duvidá-lo nem umha milésima de segundo tomamos partido, estamos com a Colômbia que hoje avança e, mais cedo que tarde, triunfará.

Galiza, 11 de dezembro de 2012


Castellano

Hace unos días, Luís Tosar afirmaba que “faltan heroes para conducir la energía que está en la calle”. El actor de cine era entrevistado en un periódico digital por el papel protagonista en la película 'Operación E'.

No sólo vi la película recientemente estrenada, también investí el tiempo necesario para conocer sus opiniones sobre el conflicto colombiano, siguiendo y consultando buena parte de las docenas de entrevistas en la radio, televisión y periódicos en que el actor gallego pontifica sobre una realidad que semeja conscientemente no querer conocer.

La simpatía que sentía por él y por algunos de los personajes que ha interpretado se desvaneció repentinamente por el lamentable papel que está cumpliendo a la hora de analizar con irresponsable ligereza, y difundir con absoluta banalidad, erróneas y falsas concepciones sobre la brutal guerra de exterminio y de sometimiento que la oligarquía colombiana declaró contra su pueblo hace ahora medio siglo.

Aparentemente, el guión de la película narra una historia verídica. Gira a la vuelta de las peripecias de un campesino colombiano, José Crisanto, a quién la insurgencia entregó Emmanuel, el hijo de Clara Rojas, una política capturada por las FARC en 2002 y que fruto de una relación con un combatiente revolucionario quedó embarazada en un campamento guerrillero. Ante los graves problemas de salud que arrastraba el niño, fue entregado a Crisanto para sus cuidados. Posteriormente, el niño acabó en una instituición estatal en Bogotá, imposibilitando así que la guerrilla, tal como publicamente se había comprometido, pudiera entregarlo junto con su madre y otra representante política, también prisionera de guerra. Crisanto incumplió el acuerdo con las FARC, pero también fue acusado de colaboración con la guerrilla por parte del Estado, padeciendo prisión. Una realidad concreta omitida deliberadamente

Colombia tiene más de 5 millones y medio de personas desplazadas por las políticas de robo y saqueo de tierras promovidas pola oligarquía, empleando el mastodóntico ejército regular y los paramilitares controlados por el Pentágono e Israel, ocupando así el triste primer lugar tras Sudán, Irak, Afeganistán, Somalia y República Democrática del Congo.

Son más de 10 millones el número de hectáreas arrebatadas a campesinos y pueblos indígenas por una política estatal prefectamente planificada.

Colombia tiene más de 250 mil desaparecid@s, 175 mil personas ejecutadas, cerca de 9 mil prisioneras y prisioneros políticos. Tiene el récord mundial de matar representantes obreros, son casi 3.000 el número de sindicalistas asesinados en las últimas dos décadas. 70% de la población vive en la miseria, siendo el primer país en desigualdad de América Latina.

Colombia es una inmensa fosa común de largos miles de cuerpos mutilados, donde están ocultos parte de los crímenes cometidos pola casta oligárquica que gobierna un país sometido a los intereses del imperialismo yanqui y de multinacionales españolas como Repsol, Cepsa, Endesa, Union Fenosa, Telefónica o Banco Santander. En La Macarena, en el Meta, al borde de un complejo militar, a 200 kilómetros de Bogotá, está situada una de las mayores del planeta.

El gobierno Uribe y el actual gobierno Santos convirtieron esta inmensa nación en una gigantesca base militar norteamericana, a partir de la cual los halcones de Washington intentan desesperadamente recuperar el terreno perdido por el avance de la ola bolivariana. Es necesario no olvidar la declaración de Dick Cheney, vicepresidente de Bush JR: “Para controlar Venezuela, es necesario dominar militarmente Colombia“.

Frente a esta situación, a mitad de la década de los sesenta del pasado siglo, un puñado de campesinos dirigidos por Manuel Marulanda Vélez, con apoyo del Partido Comunista, iniciaron la resistencia popular, posteriormente cristalizada en una poderosa e invencible organización marxista-leninista en armas denominada Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia-Ejército del Pueblo. Pués, tal como afirmó el comandante Alfonso Cano en unas declaraciones a favor de una salida negociada al conflicto, meses antes de su asesinato por la maquinaria militar pro-imperialista en la operación “Odiseo” “las FARC nacimos resistiendo la violencia oligárquica que utiliza sistemáticamente el crimen político para liquidar la oposición democrática y revolucionaria; también como respuesta campesina y popular a la agresión latifundiaria y terrateniente que inundó de sangre los campos colombianos usurpando tierra de campesinos y colonos”.

Colombia es un régimen autoritario y terrorista que hasta el momento imposibilitó que la oposición popular pudiera defender pacificamente su proyecto político. Cada vez que intentó esta vía, fue literalmente masacrada. La experiencia de la Unión Patriótica, en la segunda mitad de los ochenta, aún está muy viva. Dos candidatos presidenciales, 8 congresistas, 13 diputados, 70 concejales, 11 alcaldes y miles de militantes fueron asesinados entre 1985 e inicios de los noventa, por defender la justicia social y la soberanía nacional. Razón que explica las dificultades de comprensión de Luis Tosar para no entender que “no sea fácil que la gente hable”.

Actualmente, esta burguesia vendepatrias firmó un Tratado de Libre Comercio (TLC) con los Estados Unidos y pretende convertir el país en una inmensa exploración minera y agroindustrial, siguiendo el modelo de economía de enclave.

Existen centenares de libros, páginas web, documentales, reportajes periodísticos, en los cuales se puede contrastar todo esto. Sin embargo, un colosal muro de silencio y manipulación pretende lavar la cara de un Estado criminal y narcotraficante, presentándolo como una modélica democracia parlamentaria. Para citar un sólo ejemplo que Luís Tosar debería conocer, hace unos meses los Estados Unidos solicitaron por narcotraficante la extradición del ex-jefe de seguridad de Álvaro Uribe, el general Mauricio Santoyo.

La oligarquía provocó y alimenta esta guerra contra las inmensas mayorías populares, que hoy la insurgencia pretende superar mediante el proceso de negociación política que está desarrollándose en La Habana. El futuro determinará si la victoria de sentar a la oligarquía a dialogar no es más que un nuevo engaño de la burguesía para ganar tiempo y lograr lo que en 50 años no lograron: doblar los firmes principios revolucionarios, comunistas y bolivarianos de las FARC-EP. En la actualidad, tal como transmitió en el mes de octubre en Oslo el comandante Iván Marquez “apoyados en simples ejercicios de matemática, podemos afirmar que la guerra es insustentable para el Estado”. La infamia de meter a todo el mundo en el mismo saco

Frente a esta innegable realidad, Luís Tosar adopta una postura de neutralidad e imparcialidad, situándose por encima del bien y del mal. No quiere admitir, y menos reconocer, que los pueblos tienen derecho a la autodefensa cuando son atacados. La rebelión armada contra la opresión es un deber cuando no existen posibilidades reales de defenderse frente a la explotación y la dominación. Esta película era una magnífica oportunidad para divulgar la verdad sobre uno de los conflictos políticos, sociales y armados más sometidos a la burda manipulación de los medios de comunicación burgueses, pero nuevamente se optó por dar una visión tibia y maquillada de la tesis oficial impuesta por los que se consideran los dueños del mundo.

La película, dirigida por el realizador hispano-francés Miguel Courtois, y financiado por TVE y Canal + Francia, situa a la misma altura las dos partes en conflicto: pueblo colombiano versus oligarquía, y sus estructuras de defensa, intervención y combate: guerrillas/organizaciones populares/movimientos sociales versus ejército regular/policía/paramilitares y sicarios.

No nos puede extrañar esta actitud en quien dirigió “El lobo” (2004) o “GAL” (2006), desfigurando conflictos políticos en base a las lecturas impuestas por la ideología dominante y las necesidades comerciales.

Como tampoco nos sorprende que alguien como Luís Tosar, epidérmicamente solidario con aquellas causas progresistas socialmente más asimilables, una de las caras más visibles de la desaparecida Burla Negra, ex-militante y candidato del BNG a las elecciones municipales y europeas, colabore activamente en ocultar la naturaleza política de la guerra de guerrillas que amplios sectores del pueblo colombiano promueven y apoyan.

No “todos son malos”, ni “es difícil saber quién es más malo de todos”, ni las FARC son una “narcoguerrilla”, tal como manifestó en un programa de La Sexta. Nada de eso!

Es muy fácil, a partir de un hotel de cinco estrellas, del glamour de los platós de televisión y festivales de cine, sentenciar con frivolidad veladas condenas de las justas luchas por la liberación de los pueblos, y para no perder ese halo de progresía meter en el mismo saco oprimidos y opresores. Afirmar que, en Colombia, pueblo en armas y ejército genocida son similares, es lo mismo que considerar que la legitimidad del empleo de la violencia de la guerrilla vietnamita era igual de condenable que los bombardeos con napalm del ejército de ocupación yanqui.

El conflicto colombiano “no es absurdo”, es la única alternativa que los sectores más avanzados del pueblo trabajador colombiano pueden adoptar frente a la guerra de exterminio de una burguesia apátrida y criminal.

Hay que mojarse, no valen las medias tintas. Gastar tres millones de euros en una película que satisface parcialmente la oligarquía colombiana es una lamentable contribuición para esas causas justas que esporádicamente a Luís Tosar le gusta apoyar.

Entendemos que optar claramente pola causa de los humildes y oprimidos de Colombia no contribuye para sumar méritos para ganar otro Goya. Más bien, es garantía de quedar completamente eliminado de cualquier posibilidad futura de alcanzar un óscar. Otra cosa es estar contra los desahucios, incremento del IVA o condenar las bravuconadas extremistas del ministro Wert.

Nada esperábamos ni esperamos del mundo de la farándula. En una de las entrevistas aludidas, después de la reproducción de imágenes de la represión de la policía española, el actor lugués sale nuevamente por la tangente afirmando literalmente que “es muy triste que la policía no sepa quién es el enemigo. Uno sale a la calle para protestar y por encima los compañeros (Sic) policías van contra ti en lugar de ir contra el enemigo real. No sé si es que están completamente equivocados o es que, realmente, no tienen otra forma de hacer las cosas”. No hay peor ciego que aquel que no quiere ver. La Revolución es una necesidad, no una actitud romántica

Luís Tosar afirma en una entrevista ser un romántico y que hay una “visión muy romántica de los movimientos revolucionarios”. Nuevamente vuelve a confundir ajos con bugalhos. Las revoluciones son procesos sociales transformadores resultado objetivo de opresiones, de la toma de conciencia de amplias mayorías sociales, no estéticos productos artificiales y “idealistas” de intelectuales y artistas progresistas. La intensa guerra de clases continua en Colombia porque no existe otra posibilidad para su pueblo.

Porque, contrariamente a las opiniones de Luís Tosar, cuando afirma que “Yo no confío mucho en la inteligencia colectiva. Nunca confié. Creo que así no funcionamos bien”, son las masas las que construyen su propia historia.

En Colombia no faltan heroes para conducir la energía que está en la calle. Existen, son de carne y hueso, tienen nombre y rostro, sufren, ríen, combaten, aman. La inmensa mayoría son centenares de miles de anónimos activistas, campesinos, trabajadores, estudiantes, mujeres, indígenas que luchan desde las trincheras de los movimientos sociales, en las minas, en los campos, en las fábricas, en las universidades, en los pueblos y en las ciudades.

Otros se llamaron Jacobo Arenas, Efraín Guzman, Mariana Paez, Raúl Reyes, Iván Ríos, Manuel Marulanda, Jorje Briceño “Mono Jojoy”, Alfonso Cano. Forman parte de la Colombia más brava y rebelde. De la misma que se opuso al colonialismo español durante más de trescientos años, y posteriormente al Estado oligárquico criollo.

Otros són conocidos por Jesus Santrich, Rodrigo Granda, Simón Trinidad, Tanja Nijmeijer “Alexandra”, Maurício Jaramillo, Fabián Ramírez, Pablo Catatumbo, Joaquín Gómez, Iván Marquez, Timoleón Jiménez “Timochenko”. Con su valor y talento, Colombia triunfará. Gracias a ellos, se mantiene viva la esperanza de millones de colombianas y colombianos que desean una paz con justicía social y soberanía nacional.

Como nosotros no somos de los que estamos por encima del bien y del mal. Porque sí somos de los que preferimos coger una constipación a no mojarnos, sin dudarlo ni una milésima de segundo tomamos partido, estamos con la Colombia que hoy avanza y, más temprano que tarde, triunfará.

Galiza, 11 de diciembre de 2012

 

Este sitio web utiliza 'cookies'. Si continúas navegando estás dando tu consentimiento para la aceptación de las mencionadas 'cookies' y la aceptación de nuestra política de 'cookies'.
o

La Haine - Proyecto de desobediencia informativa, acción directa y revolución social

::  [ Acerca de La Haine ]    [ Nota legal ]    Creative Commons License ::

Principal