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Nacionales Galiza :: 14/03/2019

Perante a agressom fascista perpetrada em Ferrol

Causa Galiza
Ante la agresión fascista perpetrada en Ferrol

Causa Galiza, como organizaçom política que nesta ocasiom se viu envolvida nas consequências dumha grave agressom fascista cometida sobre a pessoa dum dos nossos militantes, quere compartilhar e abrir o debate com o tecido associativista nacional e com os movimentos e militantes populares sobre umha série de reflexons de urgência ao fio dos acontecimentos recentes. Som as seguintes:

1. Sem qualquer tipo de dramatizaçom, a agressom perpetrada em Ferrol implica, devido à sua intensidade, violência e possíveis consequências finais, um gravíssimo salto qualitativo a respeito de atuaçons similares que se cometem periódicamente na Galiza com autoria de sectores fascistas e xenófobos. Se hoje nom temos que lamentar factos irremediáveis nom é devido à intencionalidade dos autores da paliça, que pugérom tudo da sua parte para provocar o pior desenlace imaginável, mas à casualidade: todas as condiçons estavam dadas para que se produzisse o pior dos cenários possíveis.

2. Num contexto como o atual, a finalidade política da agressom parece óbvia à vista do seu método, intensidade e consequências: além de linchar um "rojo de mierda", provocar o pánico nas pessoas e sectores populares que defendem presupostos de ruptura democrática nacional e que som situados automáticamente no alvo da violência fascista. Por outra parte, é sintomática a coincidência espaço-temporal deste tipo de incidentes com o ascenso eleitoral e o aumento da presença eleitoral da extrema direita no Reino de Espanha e com a crise estrutural do regime espanhol de 1978. Que a violência fascista é funcional à saída autoritária da presente crise que prepara um sector da oligarquia espanhola é, da nossa ótica, algo incontornável: a normalizaçom do fascismo nas ruas e na esfera institucional, a permissividade social com certos níveis de impunidade e a instauraçom dumha sorte de terror seletivo som partes consubstanciais deste processo de involuiçom antidemocrática e fascistizaçom.

3. O silêncio dos principais meios de difusom sobre um facto da gravidade do resenhado exibe sem ambiguidades a sua indiferença —quando nom cumplicidade, por ativa ou por passiva— com os agressores e os seus factos. Que a realizaçom de pintagens numha igreja católica seja objeto dum tratamento informativo infinitamente mais intenso do que a tentativa de assassinato dumha pessoa desvela com absoluta claridade quais som os interesses e a escala de prioridades destas empresas e a sua conivência com os autores da tunda. Mais umha vez, a possibilidade dumha informaçom veraz pivotou, exclusivamente, sobre o entramado mediático de orientaçom soberanista.

4. Que os três partidos da extrema direita espanhola na Galiza guardassem estrito silêncio sobre o acontecido indica a sua tolerância e permissividade. Um outro comportamento aplicam quando quem é denunciada é a reaçom política desde o campo popular. O critérioantiterrorista que criminaliza e incluso judicializa e ilegaliza determinadas organizaçons quando nom exprimem o seu repúdio perante certos acontecimentos —vejam-se as duas ediçons da Operación Jaro— bem poderia ser aplicado nesta ocasiom à vista do silêncio de PP,Ciudadanos e Vox perante umha tentativa de assassinato. Evidencia-se que a implementaçom dos chamados delitos de ódio, mais do que procurar a proteçom de minorias sociais discriminadas, pretende a criminalizaçom e repressom exclusivas da dissidência política.

5. Dar cumprida e contundente resposta popular a este tipo de atuaçons é vital para os sectores confrontados com o atual regime neofranquista quando pretende alargar os espaços de impunidade e autoritarismo paraestatais e converter o exercício das liberdades democrático-formais mais primárias em atividade de risco. Esta resposta deve integrar a informaçom e denúncia intensivas e extensivas, a implicaçom dos sectores mais amplos possíveis, a identificaçom dos agentes cúmplices, a açom penal, a solidariedade com as pessoas afetadas e a autodefesa num contexto em que os sectores afetados devem proteger-se perante um fascismo em ascenso e um entramado de partidos, meios, poderes institucionais, corpos repressivos, etc. que maioritariamente optam por colocar-se de perfil.

6. A pervivência do fascismo nos aparatos do Estado espanhol e a vitalidade sociológica que nele apresenta a extrema direita som no tempo a consequência lógica da fraude conhecida como Transición Española, que possibilitou a conversom controlada do regime ditatorial num regime democrático formal mantendo nos postos de direçom os mesmos sectores que pilotavam a situaçom desde 1936. A perspectiva da definitiva superaçom do neofranquismo na Galiza, à vista da correlaçom de forças existente no Reino de Espanha e da inviabilidade da democratizaçom do Estado espanhol em relaçom à questom nacional, passa, necessariamente, polo desenvolvimento dum processo de ruptura democrática nacional e independência. Rematar com o fascismo é, portanto, consubstancial ao exercício unilateral do direito de autodeterminaçom.

Causa Galiza, em 13 de março de 2019

 

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