Primeira declaraçom de 2018 de Primeira Linha
Primeira declaraçom de 2018 de Primeira Linha ao proletariado, juventude, mulheres e conjunto do povo trabalhador galego
O ano 2017 confirmou a deriva autoritária e fascistizante do Estado espanhol, a monumental fraude do espaço socialdemocrata denominado “nova política”, o desastre ao que conduz Galiza a franquícia regional do PP, e a necessidade de reconstruir o partido comunista combatente, patriótico e revolucionário galego.
O retrocesso nas liberdades básicas, como a de expressom e opiniom, a conculcaçom dos direitos individuais e coletivos, contrasta com a impunidade na exibiçom e apologia da ditadura fascista.
A agudizaçom de medidas de excepçom, violência policial, torturas e maus tratos nas esquadras; o endurecimento e prepotência da ditadura judicial ao serviço dos interesses e necessidades do Ibex 35, som fatores que homologam o Reino de Espanha com a Turquia.
Neste quadro de involuiçom geral e integral do capitalismo hispano, os núcleos centrais do regime já nom se preocupam por ocultar que a segunda restauraçom bourbónica nom é mais que a continuidade maquilhada do franquismo, prolongaçom dos 40 anos de terror fascista imposto polas armas em 1936.
A eclosom deste neofascismo está visado a disciplinar a maioria social trabalhadora sob um programa chauvinista, arroupado pola bandeira franquista, que permita adotar todas aquelas medidas necessárias para derrotar o independentismo catalám, afogar as dissidências, assimilar a Galiza, e desviar a atençom da classe operária do seu verdadeiro inimigo.
Felipe VI -o filho do caçador de efefantes escolhido polo Caudilho-, os partidos monárquicos [PP, PSOE, C´s e Podemos], os meios de [des]informaçom de massas, constroém umha realidade caraterizada pola fantasia, a ocultaçom e a burda manipulaçom, fundamental para assegurar a dominaçom e exploraçom.
A hegemonia deste relato só é possível pola praticamente inexistente consciência política e formaçom ideológica da classe trabalhadora e das camadas populares, completamente vulneráveis a reproduzir as mentiras e falsidades dessas máquinas de destruiçom maciça da verdade que som a imprensa, as rádios e as TV propriedades das empresas do Ibex 35.
Todo o que agora acontece emana dos acordos e consensos da reforma política da Trasiçom, pactuada polo PCE e o PSOE com o falangismo, da açom teórico-prática legalista da “esquerda institucional”, tam afastada do combate de ideias como complacente com o poder que cinicamente afirma pretender derrubar.
A hegemonia absoluta da “esquerda” desnutrida no campo popular, tem sido um fator determinante para acabar com o ciclo ascendente de luitas que caraterizou a mudança de década, para a propagaçom da epidemia do triplo vírus [eleitoralismo, pacifismo e respeito supersticioso polo democraticismo burguês] que mesmo arrassou com a capacidade crítica nos setores mais avançados da nossa classe.
Os três principais espaços da “esquerda” operante na Galiza, que copam o ámbito institucional-eleitoral do regime [Podemos, Marea, BNG] estám esterilizados para combater o capitalismo e a dependência nacional, pois as suas elites pequeno-burguesas só pretendem canalizar e instrumentalizar a indignaçom e o malestar popular em votos, para praticar o critinismo parlamentar.
Estas forças tenhem sido, por ativa e por passiva, agentes fundamentais na consolidaçom da desmovimentaçom popular, no assentamento do atual quadro de “pax social”, que permite endurecer a exploraçom de classe e a assimilaçom nacional.
O atual Estado espanhol está controlado por boa parte dos mesmos oligopólios conformados nas quatro décadas de autarquia franquista, por umha casta criminal e corruta, sem escrúpulos, disposta a todo, inclusive a empregar a força militar do exército vencedor na guerra de classes de 1936-39, para esmagar a mais mínima mudança que faga perigar a sua perpetuaçom.
O Estado centralista e chauvinista, que trata com mentalidade e lógica colonial às naçons e povos oprimidos da periferia madrilena, que despreza ao povo trabalhador, simplesmente nom se pode reformar. A sua destruiçom é a única alternativa possível para sentar as bases dumha nova sociedade presidida pola justiça social e as plenas liberdades.
Em 2017 sofremos novamente as consequências das criminais políticas de cortes e austeridade, das privatizaçons, que nos figérom mais pobres, que incrementárom as taxas de precariedade em mais segmentos do povo trabalhador.
O ano que agora finaliza apresenta umha Galiza com perto de 300 mil desempregadas e desempregados, com perto de meio milhom de contratos precários e eventuais, com dúzias de famílias que perdêrom as suas casas, com a normalizaçom dos salários e pensons de miséria, com o incremento do deterioramento da saúde, do ensino e dos serviços sociais, com o aumento da emigraçom maciça da juventude, do custo de produtos básicos de consumo, da eletricidade, do transporte e impostos. Esta praga emanada dos diktados da troika só tenhem provocado dor e sofrimento.
Paradoxalmente a nossa naçom apresenta um quadro objetivamente favorável para um ciclo de ascenso da conflituosidade laboral e social, mas somos umha formaçom social presidida pola pax social.
A ausência do fator subjetivo que promova reivindicaçons, que gere luitas, que desenvolva umha estratégia de rebeliom popular, é consequência da raquítica auto-organizaçom operária e popular, da orientaçom reformista hegemónica na direçom do sindicalismo e dos movimentos sociais, na carência de um partido comunista que oriente e dinamice o povo trabalhador sob umha direçom e ideologia proletária.
O refluxo da luita popular, e o deslocamento das ruas e dos centros de trabalho e ensino como centro de gravidade das luitas, substituída polo ilusionismo eleitoral, tem sido determinante para frear o desgaste do pós-franquismo, do ilegítimo regime pactuado na segunda metade da década de setenta.
Galiza segue esmorecendo
Lamentavelmente nom podemos matizar o drámatico diagnóstico elaborado o ano passado. O adverso “cenário de retrocessos populares enquadra-se no prolongado processo de crise nacional galega.
Longe de leituras maquilhadas e de triunfalismos irresponsáveis que só prejudicam o nosso específico quadro nacional de luita, nom podemos evitar seguir alertando da grave situaçom que atravessa Galiza como projeto político, e nom nos referimos única nem basicamente à hemorragia eleitoral do “nacionalismo de esquerda”.
Som mais bem esse “conjunto de tendências e factores transversais verificáveis em todas as ordens da sociedade galega, fruto do sucesso da eficaz estratégia assimilacionista espanhola e dos erros cometidos polo conjunto das forças políticas e sociais que definimos como esquerda patriótica galega.
Ou bem sentamos as bases para alterar esta tendência inçada de pulsons suicidas às que inconscientemente está aderido umha considerável parte do nosso povo ou o projeto nacional galego continuará avançando face a derrota estratégica”.
Desaproveitamos o 100 aniversário da Revoluçom Bolchevique e o 50 do Che
Tal como manifestamos há umhas semanas, nem Primeira Linha nem a totalidade dos partidos comunistas e organizaçons marxistas-leninistas de praticamente todas as latitudes do globo, logramos aproveitar o centenário da Revoluçom de Outubro.
As atividades desenvolvidas fôrom poucas, dispersas, sem projeçom, concebidas de forma burocrática para mero consumo interno. Nom servírom para relançar nem para divulgar a alternativa revolucionária comunista frente ao caos ao que nos conduz o capitalismo senil.
Na sua imensa maioria nom lográrom superar o mero exercício nostálgico que rememora, de forma sesgada e amputada, o significado e as suas leiçons para a luita de classes e a estratégia proletária visada à tomada do poder.
Desaproveitamos umha ocasiom de ouro para restaurar os fundamentos do anticapitalismo, para recuperarmos os princípios ideológicos comunistas, para reivindicar a genuina açom teórico-prática elaborada por Marx, Engels e Lenine.
Independência e Comunismo
Nom som bons tempos para quem nom arriamos as bandeiras revolucionárias, para quem contra vento e marê, com a perserverância e a teimosia que nos ensinou o Che, seguimos defendendo que o axioma Independência-Comunismo segue plenamente vigente. É o eixo central da estratégia da Revoluçom Galega.
Nom queremos remendos, nem reformas do capitalismo, luitamos polo Comunismo, por umha sociedade sem classes nem opressons. E toda a nossa linha tática está supeditada a este objetivo.
Como comunistas nom nos cansaremos de afirmar que as mudanças e transformaçons que anseia umha ampla maioria social, nunca emanarám das urnas do inimigo, nom poderám ser resultado das alternáncias eleitorais da partitocracia, nem dumha maioria aritmética parlamentar.
O sistema capitalista e o regime postfranquista há que tombá-lo na rua, mediante a combinaçom dialética de todas as formas de luita. A insurreiçom nacional, obreira e popular é a única estratégia que nos conduzirá para a libertaçom nacional, emancipaçom de classe e superaçom da dominaçom patriarcal.
A Revoluçom Galega emanará de um levantamento popular que dia a dia, em cada luita anónima ou pública, temos que contribuir silenciosamente para preparar.
Sabemos que a dia de hoje ainda nom existem as condiçons subjetivas imprescindíveis que permitam atingí-la. Mas também sabemos que o nosso dever é contribuirmos para criá-las. O único caminho é a organizaçom e a luita operária.
A história da luita de classes tem confirmado umha e outra vez que nom existem atalhos para abrir amplas alamedas. Só a persistência da luita quotidiana, do compromisso altruísta, do bem-estar do dever cumprido, da humildade revolucionária, permitirá que as condiçons eclosionem e um furacám popular tombe este regime o o sistema que o ampara.
Mas também sabemos que a reconstruçom do movimento revolucionário galego e internacional exige fugirmos de nostalgias, reclama abandonarmos as deformaçons do marxismo que arrastamos a prática totalidade das forças que nos reclamamos seguidoras dos seus ideais emancipadores.
Cumpre voltarmos às origens, restaurar os fundamentos do anticapitalismo, recuperar o espírito rebelde e antagónico que carateriza o marxismo-leninismo.
O comunismo do século XXI tem que depurar-se da mutaçom político-ideológica imposta pola hegemonia pequeno-burguesa no seu seio ao longo do século XX, tem que agir como movimento subversivo, como insurgência nacional sob umha orientaçom e coordenaçom internacional. A rebeliom nom só é um direito, é umha obrigaçom.
Lembranças, homenagens e desejos
É um dever lembramos as três mulheres assassinadas polo terrorismo machista na Galiza em 2017.
Mas nom queremos despedir este 2017 sem transmitir umha saudaçom comunista e comunista à Galiza rebelde e combativa, a toda a juventude, às mulheres, ao proletariado, ao conjunto da classe obreira que luitou nos seus respetivos centros de trabalho e ensino, nas ruas, contra as agressons em curso.
Queremos também reclamar a liberdade dos presos e presas políticas galegas.
Ao conjunto da classe obreira galega e do mundo enviamos umha saudaçom comunista revolucionária.
Saudaçom que fazemos extensível ao movimento popular galego e a todos aqueles coletivos e organizaçons que combatem sem trégua.
E aos povos do mundo que luitam contra o imperialismo, especialmente ao povo da Catalunha, Palestina, da Síria, do Iraque, do Saara, do Curdistám, da Nova Rússia, da Venezuela, de Cuba, às organizaçons revolucionárias e partidos comunistas com os quais nos unem intensos e fraternos laços de amizade forjados na solidariedade internacionalista.
Até a vitória sempre!
Viva a Revoluçom Galega!
A luita é o único caminho!
Comunismo ou caos! Venceremos!
Galiza, 31 de dezembro de 2017