lahaine.org
Nacionales Galiza :: 01/03/2013

[Gal/Cast] Galiza: Dar força ao independentismo

Mauricio Castro
Si la apuesta del BNG es seria, no dudo que podrá articularse una alianza nacional amplia que trabaje conjuntamente en la dirección de la independencia y del socialismo

Galego

Vamos começar por fazer um pouco de memória. Entre os anos 2005 e 2006 viveu-se no Estado espanhol umha tentativa dupla, basca e catalá, de alargar a autonomia pola via do que naqueles anos se denominava “soberania compartida” ou “co-soberania”. Fôrom o 'Plano Ibarretxe' e o Estatut catalám, cuja neutralizaçom ou desnaturalizaçom por parte da ineludível maioria parlamentar espanhola (PSOE, PP e IU) mostrou a impossibilidade de atingir acordos de mínimos que reformem a Espanha de sempre, a alicerçada no hegemonismo e no submetimento nacional.

Na Galiza, o BNG integrava na altura o governo bipartido na Junta, junto ao PSOE, embarcado numha política de claro rebaixamento do que tinha sido o seu programa histórico. A autodeterminaçom sumiu das suas principais preocupaçons e a aliança estratégica com o PNV e CiU refletia bem a vontade de homologaçom com os nacionalismos ditos “moderados”, aspirantes à gestom direta da parte do bolo que o Estado espanhol estava disposto a ceder-lhes. Aquele BNG propunha, lembremos, o chamado “Estatuto de Naçom”, como versom galega dos textos propostos polas forças burguesas basca e catalá, mas com ainda menor percurso, quase nulo.

Como conseqüência daqueles esclarecedores processos, hoje todas as forças políticas dos nacionalismos basco e catalám estám em posiçons inequivocamente soberanistas. Aprendêrom a liçom e tirárom as conclusons necessárias, saindo especialmente reforçadas as organizaçons situadas à esquerda.

Quanto ao nacionalismo galego, a política daqueles anos nom demorou a passar fatura ao aggiornado BNG, que historicamente se tinha caraterizado polo seu perfil insubmisso e de compromisso com as classes populares. Para dizer a verdade, o Bloque nunca tinha sido excessivamente ambicioso no plano nacional, fugindo de qualquer “tentaçom” independentista e mesmo desqualificando tal possibilidade em termos absolutos, em favor de irrealizáveis soluçons de tipo federal ou “co-soberanista”.

O seu progressivo afastamento das luitas nas ruas em favor da suposta “grande política” completou um quadro que o levou à delicada situaçom atual, sem que, ao mesmo tempo, o independentismo fosse capaz de superar a sua própria fragmentaçom para poder aspirar a aglutinar um setor significativo da base social soberanista realmente existente.

Voltando para o atual momento político, deparamo-nos com o BNG a confirmar a tendência eleitoral negativa e a tocar fundo nas recentes Autonómicas de 21 de outubro. O realmente preocupante do episódio, analisado em visom nacional, é a inesperada irrupçom com força no Parlamento autónomo do espanholismo “de esquerda”, aliado com setores cindidos do próprio BNG sob a liderança do mediático Xosé Manuel Beiras.

É sobretodo a partir desse momento que se torna mais percetível umha viragem de aparência estratégica no derrotado BNG, tanto em matéria social como nacional. Dá a impressom de que se rendeu à evidência do fracasso da sua tentativa de conquistar parte da burguesia autóctone e tenta recuperar a atraçom que durante anos exerceu sobre significativos segmentos do povo trabalhador.

Nom sabemos neste momento se a viragem é real e sincera ou responde unicamente a cálculos táticos de trajetória limitada. Tampouco sabemos se servirá para que consiga efetivamente cativar novamente e no curto prazo as dezenas de milhares de galegas e galegos desencantados com a deriva do Bloque. Se isto fosse umha simples análise de conjuntura, recorreríamos agora ao tópico para afirmar que “o tempo dirá”.

Porém, o nosso país nom tem muito tempo: a grave situaçom por que atravessam cada vez mais amplos setores do nosso povo, devido à crise económica e à espanholizaçom acelerada que sofremos em todos os ámbitos da nossa vida social, impedem que podamos perder um minuto mais em mascaradas e taticismos de alcance unicamente partidista.

Contrariamente ao que defendem as forças que hoje ocupam o espaço eleitoral perdido polo BNG, estes sim som para a Galiza tempos de soberanismo. Isso é o que nos mostra a realidade de praticamente todas as naçons oprimidas da Europa Ocidental e a Galiza, sendo umha delas, nom pode ser umha exceçom. De facto, só em chave soberanista conseguiremos que a Galiza saia reforçada da atual crise em que nos metêrom as oligarquias espanhola e europeia com a colaboraçom necessária da vendida classe burguesa galega.

Sabemos que a situaçom da Galiza, no referente à imprescindível consciência nacional, é mais atrasada que a existente noutras naçons sem Estado próximas. Porém, essa consciência nom vai crescer nem por decreto de nengum governo autonómico, nem por geraçom espontánea num futuro indeterminado. Deve alimentar-se e estender-se de maneira permanente, coerente e decidida em toda a atividade social e política produzida no seio da sociedade galega.

Por isso, ainda que saibamos que a construçom de força social para a independência vai muito além do ámbito partidário, consideramos mui positivamente a possibilidade de retificaçom em chave soberanista do BNG. Nom pode esquecer-se que o Bloque, que nunca foi o único nacionalismo galego existente, sim representa, ainda hoje, a corrente maioritária do nosso nacionalismo político. Seria, sem dúvida, positivo que assumisse, de maneira urgente e real, um programa abertamente independentista e socialista ou, dito por outras palavras, um programa de ruptura democrática e de construçom do Estado galego.

Como poderia um independentista desprezar tal possibilidade e o significado que isso pode ter para a imprescindível tomada de consciência nacional por parte do nosso povo?

Se a aposta do BNG for a sério, nom duvido que poderá articular-se umha aliança nacional ampla que trabalhe conjuntamente na direçom da independência e do socialismo.

Poderá discutir-se como chegar e, sobretodo, como avançar em direçom a esses incontornáveis objetivos estratégicos. Também os termos concretos e o alcance dessa colaboraçom necessária. No entanto, para isso, deve ficar definitivamente descartada a inócua vaza do “co-soberanismo”, do “federalismo” e outras lérias do género. A experiência da última década (para nom recuarmos mais no tempo) e os jogos de artifício “federalistas” que já assumem forças do espanholismo como o PSOE ou Izquierda Unida, confirmam que estamos numha nova etapa.

Com um espanholismo em ofensiva reacionária e recentralizadora, nom é exagerado afirmar que a Galiza deverá escolher no imediato futuro entre a via independentista e a definitiva assimilaçom por parte do ainda inacabado projeto nacional espanhol.

É difícil saber se ainda vai ser possível que a Galiza se ponha em pé, rompa com Espanha e se afirme como naçom livre, com o seu próprio Estado soberano. Vemos as grandes dificuldades que enfrentam inclusive os povos que já andárom mais caminho nessa direçom, como o basco e o catalám.

Sim sabemos é que a única possibilidade para a nossa sobrevivência coletiva, enquanto povo e também enquanto comunidade lingüística, passa pola recuperaçom da plena soberania perdida. Devemos igualmente entender que, num país cuja burguesia está vendida à oligaquia espanhola dominante, só um nacionalismo independentista e de esquerda poderá aspirar a ganhar para a sua causa a maioria do nosso povo. Numha fase de decadência total do capitalismo, teremos que enfrentar-nos com inteligência e decisom ao inimigo nacional e de classe, representado polo regime corrupto e degenerado surgido como continuador natural do franquismo.

Nom serve apelar às dificuldades objetivas. Muito menos adiar sine die o único rumo estratégico que poderá conduzir-nos à liberdade como povo. Sem tirarmos valor a gestos de ocasiom em tempos de crise, devem ser dados passos concretos e decisivos no caminho da plena emancipaçom nacional, fazendo da maioria social, liderada pola classe trabalhadora, o motor da revolucionária transformaçom que a Naçom Galega necessita.

Todos e todas, cada um e cada umha no seu posto, devemos assumir a responsabilidade para a realizaçom da tarefa comum neste momento histórico. Essa tarefa é hoje dar força ao independentismo. Será isso, ou vermos impotentes como o velho cosmopolitismo espanhol, na versom progre ou na neofranquista, nos papa de vez.


Castellano

Vamos a empezar por hacer un poco de memoria. Entre los años 2005 y 2006 se vivió en el Estado español una tentativa doble, vasca y catalana, de ampliar la autonomía por la vía de lo que en aquellos años se denominaba “soberanía compartida” o “co-soberanía”. Fueron el ‘Plan Ibarretxe’ y el Estatut catalán, cuya neutralización o desnaturalización por parte de la ineludible mayoría parlamentaria española (PSOE, PP e IU) mostró la imposibilidad de alcanzarse acuerdos de mínimos que reformen España de siempre, la cimentada en el hegemonismo y en el sometimiento nacional.

En Galiza, el BNG integraba en aquel tiempo el gobierno bipartito en la Junta, junto al PSOE, embarcado en una política de clara rebaja del que había sido su programa histórico. La autodeterminación se esfumó de sus principales preocupaciones y la alianza estratégica con el PNV y CiU reflejaba bien la voluntad de homologarse con los nacionalismos llamados “moderados”, aspirantes a la gestión directa de la parte del pastel que el Estado español estaba dispuesto a cederles. Aquel BNG proponía, acordemos, el llamado ”Estatuto de Nación”, como versión galega de los textos propuestos por las fuerzas burguesas vasca y catalana, pero con aún menor recorrido, casi nulo.

Como consecuencia de aquellos esclarecedores procesos, hoy todas las fuerzas políticas de los nacionalismos vasco y catalán están en posiciones inequívocamente soberanistas. Aprendieron la lección y sacaron las conclusiones necesarias, saliendo especialmente reforzadas las organizaciones situadas a la izquierda.

En cuanto al nacionalismo galego, la política de aquellos años no tardó en pasar factura al aggiornado BNG, que históricamente se había caracterizado polo su perfil insumiso y de compromiso con las clases populares. Para decir toda la verdad, el Bloque nunca había sido excesivamente ambicioso en el plano nacional, huyendo de cualquier “tentación” independentista e incluso descalificando esa posibilidad en términos absolutos, en favor de irrealizables soluciones de tipo federal o “co-soberanista”.

Su progresivo alejamiento de las luchas en las calles en favor de la supuesta “gran política” completó un cuadro que lo llevó a la delicada situación actual, sin que, a la vez, el independentismo fuese capaz de superar su propia fragmentación para poder aspirar a aglutinar un sector significativo de la base social soberanista realmente existente.

Volviendo para el actual momento político, nos encontramos con el BNG confirmando la tendencia electoral negativa y tocando fondo en las recientes Autonómicas del 21 de octubre. Lo realmente preocupante del episodio, analizado com visión nacional, es la inesperada irrupción con fuerza en el Parlamento autónomo del españolismo “de izquierda”, aliado con sectores escindidos del propio BNG bajo el liderazgo del mediático Xosé Manuel Beiras.

Es sobretodo a partir de ese momento que se hace más perceptível un giro de apariencia estratégica en el derrotado BNG, tanto en materia social como nacional. Da la impresión de que se rindió a la evidencia del fracaso de su tentativa de conquistar parte de la burguesia autóctona e intenta recuperar la atración que durante años ejerció sobre significativos segmentos del pueblo trabajador.

No sabemos en este momento si el giro es real y sincero o responde únicamente a cálculos tácticos de trayectoria limitada. Tampoco sabemos si servirá para que consiga efectivamente cautivar nuevamente y a corto plazo a las decenas de miles de galegas y galegos desencantados con la deriva del Bloque. Si esto fuera um simple análisis de conjuntura, recurriríamos ahora al tópico para afirmar que “el tiempo dirá”.

Sin embargo, nuestro país no tiene mucho tiempo: la grave situación por que atraviesan cada vez más amplios sectores de nuestro pueblo, debido a la crisis económica y a la españolización acelerada que sufrimos en todos los ámbitos de nuestra vida social, impiden que podamos perder un minuto más en mascaradas y tacticismos de alcance únicamente partidista.

Contrariamente a lo que defienden las fuerzas que hoy ocupan el espacio electoral perdido por el BNG, estos sí son para Galiza tiempos de soberanismo. Eso es lo que nos muestra la realidad de prácticamente todas las naciones oprimidas de la Europa Occidental y Galiza, siendo una de ellas, no puede ser una excepción. De hecho, solo en clave soberanista conseguiremos que Galiza salga reforzada de la actual crisis en que nos metieron las oligarquias española y europea, con la colaboración necesaria de la vendida clase burguesa galega.

Sabemos que la situación de Galiza, en lo referente a la imprescindible conciencia nacional, es más atrasada que la existente en otras naciones sin Estado próximas. Sin embargo, esa conciencia no va a crecer ni por decreto de ningún gobierno autonómico, ni por generación espontánea en un futuro indeterminado. Debe alimentarse y extenderse de manera permanente, coherente y decidida en toda la actividad social y política producida en el seno de la sociedad galega.

Por eso, aunque sepamos que la construcción de fuerza social para la independencia va mucho más allá del ámbito partidario, consideramos muy positivamente la posibilidad de rectificación en clave soberanista del BNG. No puede olvidarse que el Bloque, que nunca fue el único nacionalismo galego existente, sí representa, aún hoy, la corriente mayoritaria de nuestro nacionalismo político. Sería, sin duda, positivo que asumiera, de manera urgente y real, un programa abiertamente independentista y socialista o, dicho con otras palabras, un programa de ruptura democrática y de construcción del Estado galego.

Como podría un independentista despreciar tal posibilidad y el significado que eso puede tener para la imprescindible toma de conciencia nacional por parte de nuestro pueblo?

Si la apuesta del BNG es seria, no dudo que podrá articularse una alianza nacional amplia que trabaje conjuntamente en la dirección de la independencia y del socialismo.

Podrá discutirse cómo llegar y, sobretodo, como avanzar en dirección a esos irrenunciables objetivos estratégicos. También los términos concretos y el alcance de esa colaboración necesaria. Sin embargo, para eso, debe quedar definitivamente descartada la inócua baza del “co-soberanismo”, del “federalismo” y otras futilidades parecidas. La experiencia de la última década (para no retroceder más en el tiempo) y los juegos de artifício “federalistas” que ya asumen fuerzas del españolismo como el PSOE o Izquierda Unida, confirman que estamos en una nueva etapa.

Con un españolismo en ofensiva reacionária y recentralizadora, no es exagerado afirmar que Galiza deberá escoger en el inmediato futuro entre la vía independentista y la definitiva asimilación por parte del aún inacabado proyecto nacional español.

Es difícil saber si aún va a ser posible que Galiza se ponga en pie, rompa con España y se afirme como nación libre, con su propio Estado soberano. Vemos las grandes dificultades que enfrentan incluso los pueblos que ya han andado más camino en esa dirección, como el vasco y el catalán.

Sí sabemos que la única posibilidad para nuestra supervivencia colectiva, como pueblo y también como comunidad lingüística, pasa por la recuperación de la plena soberanía perdida. Debemos igualmente entender que, en un país cuya burguesía está vendida a la oligaquia española dominante, sólo un nacionalismo independentista y de izquierda podrá aspirar a ganar para su causa a la mayoría de nuestro pueblo. En una fase de decadencia total del capitalismo, tendremos que enfrentarnos con inteligencia y decisión al enemigo nacional y de clase, representado polo régimen corrupto y degenerado surgido como continuador natural del franquismo.

No sirve apelar a las dificultades objetivas. Mucho menos aplazar sine die el único rumbo estratégico que podrá conducirnos a la libertad como pueblo. Sin quitar valor a gestos de ocasión en tiempos de crisis, deben ser dados pasos concretos y decisivos en el camino de la plena emancipación nacional, haciendo de la mayoría social, liderada pola clase trabajadora, el motor de la revolucionaria transformación que la Nación Galega necesita.

Todos y todas, cada uno y cada una en su puesto, debemos asumir la responsabilidad correspondiente para la realización de la tarea común en este momento histórico. Esa tarea es hoy dar fuerza al independentismo. Será eso, o ver impotentes cómo el viejo cosmopolitismo español, en la versión progre o en la neofranquista, nos devora definitivamente.

* Maurício Castro es miembro del Colectivo Editor del portal informativo galego Diário Liberdade y militante de la izquierda independentista galega.

 

Este sitio web utiliza 'cookies'. Si continúas navegando estás dando tu consentimiento para la aceptación de las mencionadas 'cookies' y la aceptación de nuestra política de 'cookies'.
o

La Haine - Proyecto de desobediencia informativa, acción directa y revolución social

::  [ Acerca de La Haine ]    [ Nota legal ]    Creative Commons License ::

Principal