lahaine.org
Nacionales Galiza :: 05/02/2014

“O nosso repto é resistir, aproveitar o tempo ao máximo e sair à rua como militantes galegos”

Ceivar
[Gal/Cast] El organismo antirepresivo galego Ceivar entrevista al preso independentista Antom Santos

Galego

Antom Santos foi separado da sua contorna vital em Dezembro de 2011. Destacado historiador, investigador e docente. As pessoas que o conhecem sabem da sua implicaçom como militante nos movimentos populares mas também da sua grandeza humana. Em junho de 2012 foi condenado a 10 anos de cadeia por “participaçom em organizaçom terrorista” e “falsificaçom documental”, desde entom permanece na prisom de Aranjuez (Madrid) a 700 quilómetros da sua morada.


Durante o juízo do 24 de Junho, a estratégia da Fiscalia e do juiz Guevara provocou o protesto da vossa Defesa, qual foi a tua percepçom?

Antes de fixar-me nos aspectos formais, por escandalosos que foram, cumpriria reparar no que se topa por baixo daquele espectáculo.

Nom é novidade assinalar que, desde há décadas, o Estado tem entre as suas preocupaçons o que chama “independentismo radical” e que nós conhecemos como independentismo revolucionário. Trabalhou-se persistentemente e desde várias frentes para bani-lo do mapa galego ou, quanto menos, por reduzi-lo à mínima expressom.

Houvo e há umha linha de intervençom consistente em fazer da militância pública e legal “umha actividade de risco” atrancada polo acosso policial, as sançons económicas, a espionagem e a ameaça; outra linha mediática baseada em silenciar toda a dinámica político-social arredista e em publicitar a prática das sabotagens abstraendo-as do contexto e causas que as geram.

Finalmente pujo-se em andamento umha estratégia judicial rumada a encarcerar militantes, privando ao movimento de braços, e de passagem, advertindo a toda a base social: “eis os riscos de trabalhar nessa linha política”.

Dado que condenas anteriores nom fôrom abondo para desactivar o Movimento, o Estado ensaia agora umha prisom severa aproveitando-se do molde jurídico com o que se combateu durante décadas várias organizaçons armadas. “A ver se assim vai” pensam.

Devido a que o juízo foi televisado e acadou certa dimensom pública, os jeitos explícitos e anti-democráticos e despóticos do Tribunal surpeenderom muito. Porém dado que este é um poder despótico e treinado no abuso desde os seus chanços inferiores, a militância tampouco deve abraiar-se porque isto se dea nas mais altas instâncias. Estas elites construírom a sua hegemonia com este fundo e talante e reagirám assim ante qualquer foco rebelde.

Qual achas que é o objetivo de manter-te tantos anos preso?

Fundamentalmente exemplarizante. Um aviso a todas as pessoas dispostas a um compromisso profundo com o País, enviando-lhe esta mensagem: “o vosso futuro é a cadeia”.

Ademais como a prisom é umha maquinária de destruiçom e envilecimento humano, o Estado tentará danar-nos irremediavelmente, procurando a nossa derrota pessoal e política. Se saimos como farrapos debilitados, sem rumo, ésse seria um dos maiores triunfos do Poder, que se engrandece ao dobregar aos seus inimigos. O nosso repto é resistir, aproveitar o tempo ao máximo e sair á rua como militantes galegos.

Tem-se dito de vós que sodes “terroristas” sem embargo esta nom é a percepçom real da sociedade galega, que pensas disto?

Nom me atrevo a fazer juízos muito precisos da dinámica da rua porque me faltam dados e cercania. Há nestes momentos novos elementos positivos na reacçom social à repressom? Polo que vou lendo na imprensa soberanista semelha que sim há organizaçons que noutra hora calavam ante a repressom e a vulneraçom de direitos e que hoje superam o tabú do “anti-terrorismo” o que é um passo á frente inesperado.

Também é possível que, ante o piornamento geral das condiçons de vida e a deslegitimaçom social da casta política, da Banca, da Monarquia etc vaia perdendo apoios o entramado repressivo e a legislaçom da excepçom. Seria umha possibilidade lógica mas nom sei se as cousas derivarám nessa direcçom.

Logo, a esperança nom nos deve levar nunca a abandonar o realismo: o sistema penitenciário da Audiência Nacional, com toda a moreia de atropelos que cometem, pervivem por contarem com um amplo consenso social blindado com apoios políticos e mediáticos poderosos. Por isso ás rebeldes e revolucionárias nom nos aguarda um caminho de rosas.

Que comentário che merece que com o auto de Banda Armada qualquer pessoa ou organizaçom solidária poda ser acusada de colaboraçom?

Assistimos à persecuçom e ilegalizaçom de várias organizaçons populares – nom armadas- ao longo da última década. Sem ir mais longe, cidadania galega pola sua mera pertença ao PCE(r) pagarom sérias condenas de prisom. Democracia? Para o Estado há democracia quando e com quem interessa. Fóra desse terreno, impunidade.

Nada nos pode surpreender. No caso galego, e desde há quase umha década (Operaçom Castinheiras), a repressom maneja essa possibilidade de persecuçom legal da política - a ilegal já existe- como ferramenta psicológica de desmobilizaçom e apaciguamento. Por agora, é o que há. Em negum caso devemos converter umha serena alerta em alarma e especulaçom porque isso é o que os repressores procuram.

Só podo falar intra-muros pois cá nom dispomos dumha percepçom cabal do que acontece fóra (essa é umha das intençons da dispersom do régime FIES). Nos primeiros dias de cadeia nunca contei com que recebêssemos tal quantidade de calor política e humana; cartas e postais de gentes muito diversas que ainda hoje nom param de chegar e também um esforço económico e militante descomunal para superar os 700 quilómetros de separaçom com a Terra e fazer possível essas visitas de 40 minutos com um vidro por meio. Umha atitude tam meritória nom precisa de comentários, abonda com faze-la constar.

Durante as visitas com as/os familiares e amigas/os assim como nas cartas sempre transmitides a vossa enteireza e firmeza, qual é o vosso papel namentres vos mantenhem presos?

Na cadeia, ao contrário que na rua, as vacilaçons ou zonas grises nom som possíveis. A enteireza, além dumha opçom moral, é o recurso primeiro para a sobrevivência. A cadeia procura a inactividade do preso, o seu sentimento de rebaixamento e passividade irremediável. Isto leva ao embrutecimento e de ai passa-se aginha à toxicomania, à depressom e às desordens mentais dado que para o militante umha parte do sentido da vida se acha no seu contributo a umha causa, a pervivência dos vencelhos sociais e políticos.

Para estarmos efeitivamente inteiros cumpre mantermos esses contributos em forma de grauzinhos de areia ao nosso Movimento: manualidades, debuxos, ensaios, cartas, criaçom... todo aquelo que cada um desenvolver com a sua vontade. De maneira que a conservaçom da saude e da actividade satisfatória venhem alimentar – claro é que modestamente- a vida do independentismo na Terra.

Como cada pessoa é um mundo, nom há receitários universais que sirvam para roubar-lhe tempo à cadeia e aturar com firmeza umha condena longa. Há duas atitudes, porém, que sempre estám presentes na rotina de todo preso político: a disciplina e a paciência. Com elas podemos encarar adversidades e afrontar umha luita de tam longo percorrido como a que escolhemos.


Como relacionarias as luitas de hoje em dia com a História mais recente da Galiza?

Quiçá tenhamos que ir a tempos mais recuados para entendermo-nos a nós mesmas: fazemos parte dumha empresa colectiva que tem mais de 150 anos de vida, que começou em pequenos gromos activistas-intelectuais para encarnar-se mais adiante num Movimento Popular em favor dos direitos nacionais galegos. É sabido que, polo menos, nos últimos 50 anos, este propósito de afirmaçom nacional já se vencelha explícita e indefectivelmente com umha vontade de transformaçom radical da sociedade num sentido de esquerdas. Somos filhos dessa longa tradiçom.

Também é centenária a cerraçom espanhola, a determinaçom por negar os direitos nacionais e sociais baixo diferenes regimes políticos. Por isso o arredismo, desde as suas origens, negou-se a aceitar as regras de jogo do poder espanhol e manifestou a legitimidade de todas as formas de luita. Na preguerra isto está presente no independentismo de além mar e nas mocidades nacionalistas, mas a fraqueza política nom permite ir mais lá das declaraçons de intençons. É nos últimos quarenta anos quando o Movimento adquire uma certa dimensom popular, quando a prática de ultrapassar a legalidade espanhola motiva umha severa resposta repressiva. Eis a existência de presos e presas políticas

Algo mais para engadir

O meu agradecimento e reconhecimento a todas aquelas pessoas que racham os muros da dispersom com o carteiro ou com tremendas viagens, roubando tempo ao sono e ao lazer.

Agradecimento e reconhecimento que cumpre extender a aqueles que, desde a afinidade ou a divergência política, luitam polos nossos direitos exponhendo-se às moléstias e entraves repressivos que todas conhecemos.

Castellano

Antom Santos fue separado de su entorno vital en Diciembre de 2011. Destacado historiador, investigador y docente. Las personas que lo conocen saben de su implicación como militante en los movimientos populares pero también de su grandeza humana. En junio de 2012 fue condenado a 10 años de cárcel por "participación en organización terrorista" y "falsificación documental", desde entonces permanece en la prisión de Aranjuuez (Madrid) a 700 kilómetros de su casa.

Durante el juicio del 24 de Junio, la estrategia de la Fiscalía y del juez Guevara provocó la protesta de vuestra Defensa. ¿Cuál fue tu percepción?

Antes de fijarme en los aspectos formales, por escandalosos que hayan sido, es necesario reparar en lo que se encuentra oculto en aquel espectáculo.

No es novedad señalar que, desde hace décadas, el Estado tiene entre sus preocupaciones lo que llama "independentismo radical" y que nosotr@s conocemos como independentismo revolucionario. Se trabaja persistentemente y desde varios frentes para aniquilarlo del mapa galego o, por lo menos, reducirlo a la mínima expresión.

Hubo y hay una línea de intervención consistente en hacer de la militancia pública y legal "una actividad de riesgo" obstaculizada por el acoso policial, las sanciones económicas, el espionaje y la amenaza: otra línea mediática basada en silenciar toda la dinámica político-social separatista y en publicitar la práctica de los sabotajes abstrayéndolos del contexto y causas que los generan.

Finalmente se ha puesto en marcha una estrategia judicial destinada a encarcelar militantes, privando al movimiento de brazos, y de comunicación, advirtiendo a toda la base social: "He aquí los riesgos de trabajar en esta línea política".

Dado que condenas anteriores no fueron suficientes para desactivar el Movimiento, el Estado ensaya ahora una prisión severa aprovechándose del molde jurídico con el que se combatió durante décadas a varias organizaciones armadas. "A ver si de esta manera funciona" piensan.

Debido a que el juicio fue televisado y alcanzó cierta dimensión pública, los modos explícitos y anti-democráticos y despóticos del Tribunal sorprendieron mucho. Sin embargo, dado que este es un poder despótico y entrenado en el abuso desde sus escalones inferiores, la militancia tampoco debe asustarse porque esto se dé en las más altas instancias. Estas élites construyeron su hegemonía con este fondo y talante y reaccionarán así ante cualquier foco rebelde.

¿Cuál crees que es el objetivo de mantenerte tantos años preso?

Fundamentalmente ejemplarizante. Un aviso a todas las personas dispuestas a un compromiso profundo con el País, enviándole este mensaje: "Vuestro futuro es la cárcel".

Además como la prisión es una maquinaria de destrucción y envilecimiento humano, el Estado intentará dañarnos irremediablemente, procurando nuestra derrota personal y política. Si salimos como trapos debilitados, sin rumbo, ese sería uno de los mayores triunfos del Poder, que se engrandece al doblegar a sus enemigos. Nuestro reto es resistir, aprovechar el tiempo al máximo y salir a la calle como militantes galegos.

¿Se ha dicho de vosotros que sois "terroristas" sin embargo esta no es la percepción real de la sociedad galega, que piensas de esto?

No me atrevo a realizar juicios muy precisos de la dinámica de la calle porque me faltan datos y cercanía. ¿Existen en estos momentos nuevos elementos positivos en la reacción social a la represión? Por lo que voy leyendo en la prensa soberanista parece que si existen organizaciones que en otro momento callaban ante la represión y la vulneración de derechos y que hoy superan el tabú del "anti-terrorismo" lo que es un paso al frente inesperado.

También es posible, ante el empeoramiento general de las condiciones de vida y la deslegitimización social de la casta política, de la Banca, de la Monarquía etc. vaya perdiendo apoyos el entramado represivo y la legislación de excepción. Serían una posibilidad lógica pero no sé si las cosas derivarán en esa dirección.

Después, la esperanza no nos debe llevar nunca a abandonar el realismo: el sistema penitenciario de la Audiencia Nacional, con toda la pila de atropellos que cometen, pervive al contar con un amplio consenso social blindado con apoyos políticos y mediáticos poderosos. Por eso, a las rebeldes y revolucionarias, no nos espera un camino de rosas.

¿Qué comentario te merece que con el auto de Banda Armada cualquier persona u organización solidaria puede ser acusada de colaboración?

Asistimos a la persecución e ilegalización de varias organizaciones populares -no armadas- a lo largo de la última década. Sin ir más lejos, la ciudadanía galega por su mera pertenencia al PCE(r) pagaron serias condenas de prisión. ¿Democracia? Para el Estado hay democracia cuando y con quien interesa. Fuera de ese terreno, impunidad.

Como se tem manifestado a solidaridade ante a repressom?

Nada nos puede sorprender. En el caso galego, y desde hace casi una década (Operación Castinheiras), la represión maneja esa posibilidad de persecución legal de la política - la ilegal ya existe- como herramienta psicológica de desmovilización y apaciguamiento. Por ahora, es lo que hay. En ningún caso debemos convertir una serena alerta en alarma y especulación porque eso es lo que los represores buscan.

Sólo puedo hablar intra-muros, pues aquí no disponemos de una percepción cabal de lo que sucede fuera (esa es una de las intenciones de la dispersión del régimen FIES). Durante los primeros días de cárcel nunca conté con que recibiésemos tal cantidad de calor política y humana; cartas y postales de gentes muy diversas que aún hoy no para de llegar y también un esfuerzo económico y militante descomunal para superar 700 quilómetros de separación con la Tierra y hacer posible esas visitas de 40 minutos con un vidrio por medio. Una actitud tan meritoria no necesita ningún cometario, es suficiente con hacerla constar.

¿Durante las visitas con las y los familiares y amigas/os así como en las cartas siempre transmitís vuestra entereza y firmeza, cual es vuestro papel mientras os mantienen presos?

En la cárcel, al contrario que en la calle, las vacilaciones o zonas grises no son posibles. La entereza, además de una opción moral, es el primer recurso para la sobrevivencia. La cárcel busca la inactividad del preso, su sentimiento de humillación y pasividad irremediable. Esto lleva al enbrutecimiento y de ahí pasa enseguida a la toxicomanía, a la depresión y a los desórdenes mentales dado que para el militante una parte del sentido de la vida se encuentra en su contribución a una causa, la pervivencia de los vínculos sociales y políticos.

Como cada persona es un mundo, no hay recetarios universales que sirvan para robarle tiempo a la cárcel y soportar con firmeza una condena larga. Hay dos actitudes, sin embargo, que siempre están presentes en la rutina de todo preso político: la disciplina y la paciencia. Con ellas podemos encarar adversidades y afrontar una lucha de tan largo recorrido como la que escogimos.

Para estar efectivamente enteros es necesario mantener esas contribuciones en forma de granitos de arena a nuestro Movimiento: manualidades, dibujos, ensayos, cartas, creación...todo aquello que cada uno desarrolle con su voluntad. De manera que la conservación de la salud, y de la actividad satisfactoria alimentem -claro es que modestamente- la vida del independentismo en la Tierra.

¿Como relacionarías las luchas de hoy día con la Historia más reciente de Galiza?

Quizá tengamos que ir a tiempos más lejanos para entendernos a nosotras mismas: formamos parte de una empresa colectiva que tiene más de 150 años de vida, que comenzó en pequeños grupos activistas -intelectuales para encarnarse más adelante en un Movimiento Popular en favor de los derechos nacionales galegos. Es sabido que, por lo menos, en los últimos 50 años, este propósito de afirmación nacional ya se vincula explícita e indefectiblemente con una voluntad de transformación radical de la sociedad en un sentido de izquierdas. Somos hijos de esa larga tradición.

También es centenario la cerrazón española, la determinación por negar los derechos nacionales y sociales bajo diferentes régimenes políticos. Por eso el independentismo, desde sus orígenes, se negó a aceptar las reglas de juego del poder español y manifestó la legitimidad de todas las formas de lucha. En la preguerra esto está presente en el independentismo de más allá del mar en las mocedades nacionalistas, pero la debilidad política no permite ir más allá de las declaraciones de intenciones. Es en los últimos cuarenta años cuando el Movimiento adquiere una cierta dimensión popular, cuando la práctica de sobrepasar la legalidad española motiva una severa respuesta represiva. Por eso la existencia de la presas y presos políticos.

Algo más para añadir

Mi agradecimiento y reconocimiento a todas aquellas personas que rompen los muros de la dispersión con el cartero o con tremendos viajes, robando tiempo al sueño y al descanso.

Agradecimiento y reconocimiento que es necesario extender a aquellas y aquellos que, desde la afinidad o la divergencia política, luchan por nuestros derechos exponiéndose a las molestias y obstáculos represivos que todas conocemos.

Antom Santos

 

Este sitio web utiliza 'cookies'. Si continúas navegando estás dando tu consentimiento para la aceptación de las mencionadas 'cookies' y la aceptación de nuestra política de 'cookies'.
o

La Haine - Proyecto de desobediencia informativa, acción directa y revolución social

::  [ Acerca de La Haine ]    [ Nota legal ]    Creative Commons License ::

Principal